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domingo, 18 de janeiro de 2009

Para pensar um pouco...


O negro na natação mundial
29/12/2008




Ossos pesados, falta de atrativos, dificuldades financeiras, seja qual for o motivo, a raça negra ainda está distante das piscinas.


Fomos atrás de números, estatísticas e razões para que isso ocorra não só no Brasil, mas, no mundo inteiro.
Os resultados são poucos e decidimos contar um pouco da história dos nadadores negros.
A USA Swimming faz estatística dos seus membros há anos e, desde 1990, o índice dos chamados “afro-americans” é igual ou inferior a 1%.
Existe um grupo muito grande que se declara 40% “mixed”, mas o certo é que o percentual é realmente inexpressivo.
Nos nadadores hispânicos o índice também não é expressivo.
São apenas 2,5% no volume total de atletas registrados na USA Swimming.
A África do Sul venceu o Troféu Chico Piscina em 2004 com dois nadadores negros na equipe.
Foi a primeira vez que a seleção teve atletas negros na equipe.
Atualmente, dois nadadores negros já fazem parte da Seleção Nacional Absoluta.

Nos Jogos Olímpicos de Atenas, apenas dois negros chegaram às finais.
A francesa Malia Mettella que foi prata nos 50m Livre e quarta colocada nos 100m Livre.













E o brasileiro Gabriel Mangabeira, sexto colocado nos 100m Borboleta.






O Brasil tem incrementado o espaço para os nadadores negros e, a cada ano, vemos mais e mais representantes chegando ao pódio.

Existem pesquisas e estudos científicos na área, mas existe muita suposição baseada nas condições sócio-econômicas da comunidade.



É fato que a raça negra tem estrutura esquelética mais densa do que a raça branca.
Ainda se relaciona o fato de gordura corporal, o que dificultaria o negro de boiar.



Entretanto, esse fator não é comprovado cientificamente.
O fator que tem deixado os negros de fora da Natação são as dificuldades sócio-econômicas que mantém a raça longe das piscinas.

A Natação é reconhecidamente um esporte branco e que requer uma participação econômica que restringe não só pretos, mas brancos ou qualquer outra raça sem poder aquisitivo.




Kaio Márcio e Gabriel Mangabeira



Fora o problema econômico, existe ainda o problema social que, embora não pareça ser efetivo é bastante grande.


Nos Estados Unidos, onde milhões de negros fazem parte da classe média ou alta, não existe o fator atrativo para a raça neste esporte.
Negros se identificam mais com outras modalidades como Futebol americano, Basquete e Atletismo.

Sempre existem as exceções e, mesmo raras, encontramos diversas atuações de destaque.
Anthony Nesty não foi o primeiro negro medalhista olímpico.
Ele foi o primeiro ouro negro dos Jogos Olímpicos.
Aliás, também campeão mundial, pois, em 1991 também derrotou Matt Bioni na prova dos 100m Borboleta.



Anthony Nesty nasceu em Trinidad & Tobago, mas ainda bebê mudou para o Suriname onde é, até hoje, o maior herói do esporte nacional.


Sua vitória histórica foi nos Jogos Olímpicos de Seul em 1988 na prova dos 100m Borboleta, por apenas 1 centésimo sobre a estrela Matt Biondi: 53:00 contra 53:01.



Nesty tornou-se imbatível no mundo da Natação durante três anos na prova dos 100m Borboleta e voltou a ser medalhista olímpico em 1992 quando ficou em terceiro lugar na prova. Ele esteve em três Jogos Olímpicos: 1984, 1988 e 1992.
Sua carreira ganhou atenção internacional após a medalha de ouro nos 100m Borboleta e bronze nos 200 do Pan-Americano de 1987, em Indianápolis.


Começou a nadar no Suriname, onde obteve destaque ganhando uma bolsa do governo para estudar na Bolles School, na Flórida, EUA.




De lá, foi para a Universidade da Flórida, onde construiu uma carreira de sucesso com resultados e títulos do NCAA.
Sua vitória olímpica lhe deu condição de herói nacional com selo emitido com sua face, moedas de ouro, músicas, torneios comemorativos e até mesmo o avião presidencial ganhou o nome de Anthony Nesty.
Michael Norment foi medalha de prata no Pan-Pacífico de 1997 na prova dos 100m Peito.

Byron Davis ficou a três décimos de segundos de ser o primeiro negro a fazer o time olímpico americano em 1996.
Ele liderou a prova dos 100m Borboleta por 95 metros mas “pregou” no final e terminou em quarto no Olympic Trials.

Alison Terry foi co-capitã do time americano nas Universíades de 1999 em Palma de Mallorca onde venceu a medalha de ouro no Revezamento 4 x 100m Livre feminino.


Anthony Ervin se tornou o primeiro negro americano a conseguir vaga no time americano para os Jogos Olímpicos.
Ervin é filho de mãe branca com pai mistura de preto e índio, suas feições são bem misturadas. Ele foi ouro nos 50m Livre empatado com Gary Hall em 2000, também esteve no revezamento de prata do 4 x 100m Livre em Sidney.

No ano seguinte, no Mundial de Fukuoka, venceu quatro medalhas de ouro. Se retirou aos 22 anos de idade, mas retornou sem muito compromisso no ano passado.

Também ganhou espaço na mídia ao leiloar sua medalha de ouro olímpica no ano passado as vítimas do Tsunami na Ásia.
A primeira negra no time olímpico americano veio em 2004 com Maritza Correia.

Uma nadadora nascida em Porto Rico, mas que ainda jovem se mudou para os Estados Unidos. Ela foi recordista americano dos 50 e 100m Livre em piscina de jardas quando defendia a Universidade da Geórgia.
No ano passado, mais um negro ganhou espaço na natação americana.


O velocista Cullen Jones que ganhou a medalha de ouro nas Universíades na prova dos 50m Livre com um expressivo 22:17. Este ano, ele venceu a prova no NCAA defendendo a North Carolina State. Sua marca 19:07 em piscina de jardas está a apenas 2 centésimos do recorde americano.


O cubano Neisser Bent venceu medalha de bronze nos 100m Costas dos Jogos Olímpicos de 1996.
Melia Mettela, nasceu na Guiana Francesa, um país na América do Sul entre o Brasil e o Suriname. Sua mãe é marroquina, mas a família morou durante anos na Argélia. Foi lá que Melia começou a nadar, mas teve de parar por conta da guerra. A volta ao esporte foi na Guiana Francesa onde teve o apoio da mãe e da irmã mais velha. Agora francesa, Melia Metella foi prata nos 50m Livre em 2004.
A Grã-Bretanha teve o seu primeiro e único negro na Natação olímpica em 1980 com Paul Marshall, mas nada de medalhas.
Leah Martindale, velocista de Barbados, foi quinta colocada nos 50m Livre em Atlanta 1996.
Mateus Lordelo, baiano, foi o primeiro negro brasileiro a ganhar uma medalha em Copas do Mundo.



Ele fez isso em 1999 na prova dos 200m Borboleta.
A mídia faz o que quer. Cria e destrói heróis. Os Jogos Olímpicos de Sidney tiveram um herói sem sentido.


O negro Eric Moussambani entrou para a história como o negro mais promovido da natação mundial em todos os tempos. E não foi pela sua excelente performance. Pelo contrário. Foi pela falta de performance.


Eric Moussambani nadou os 100m Livre para 1:52:77 ficando em 71º lugar, claro que último, numa prova que foi vencida por mais de 1 minuto a sua frente.



Utilizado pela mídia, o nadador da Guiné Equatorial ganhou o seu Fast Skin da Speedo e virou modelo mundial de determinação ao esporte. Até mesmo o seu traje de banho está no Museu Olímpico em exposição.
As chamadas exceções, ou os chamados sucessos de uma música só, isto porque são talentos fora de série, que apareceram levaram o nome de seu país as alturas mas também foram as exceções na história internacional de sucesso da natação de suas pátrias.
A revista americana Swimming World cometeu uma grande injustiça ao anunciar na sua edição de agosto os nomes dos atletas escolhidos como os Atletas do Ano nos Estados Unidos em High School.


A revista, que é a maior autoridade especializada em natação na mídia internacional desconheceu o fato do nadador de Barbados Bradley Ally ter sido o maior destaque da temporada escolhendo o americano Alex Righi como o destaque masculino. .
Bradley superou o recorde nacional dos 200m Medley quebrando uma marca de mais de 10 anos de idade e superando-a por mais de 1 segundo sobre o recorde anterior. O novo recorde é de 1:46:31. Além disso, Bradley também foi o segundo melhor nadador do país na prova dos 100m Peito quebrando o recorde estadual da Flórida com 54:76.
Bradley Ally, o nadador injustiçado é atleta do treinador brasileiro Alex Pussieldi e representa o St. Thomas Aquinas High School, uma escola que está no ranking nacional americano das Top 10 nos últimos 5 anos.

A revista Sports Illustrated escolheu o St. Thomas Aquinas High School como o terceiro melhor programa esportivo dos Estados Unidos. Bradley Ally é originário de Barbados e um dos poucos destaques negros da natação nos Estados Unidos.
Ele esteve nos Jogos Olímpicos de Atenas e também nos Jogos Pan Americanos de 2003 em Santo Domingo.
Os americanos insistem em dizer que Anthony Ervin, medalha de ouro nos 50m Livre empatado com Gary Hall em 2000 é negro.

Ele mesmo sempre repetiu: “Eu não pareço negro”.
Anthony Ervin que se retirou da natação no ano passado é filho de pai negro e mãe branca mas suas feições não são negras e daí a controvérsia.
Em nível mundial o maior feito da natação negra foi sem dúvida a vitória olímpica de Anthony Nesty do Suriname nos Jogos Olímpicos de Seul contra o então favorito americano Matt Biondi.

Anthony Nesty venceu a prova por apenas um centésimo em prova que já parecia totalmente ganha por Biondi. Anthony Nesty também seria finalista na mesma Olimpíada na prova dos 200m Borboleta terminando em oitavo lugar e voltaria ao pódium nos Jogos Olímpicos de 1992 em Barcelona ficando com o bronze nos 100m Borboleta.
Nesty também foi o primeiro e único negro a se sagrar campeão mundial. Isto aconteceu em 1991 em Perth na Austrália.
Anthony Nesty virou o maior e mais conhecido herói nacional de seu país em todos os tempos. Depois das conquistas, Nesty virou nome da única piscina olímpica do país, além de dar nome ao DC-8 o avião nacional, tem sua esfinge estampada no dinheiro do Suriname, em moedas e em selos.
Os negros voltaram a subir ao pódium em 1996 em Atlanta. Agora com o cubano Neisser Bent na prova dos 100 costas ficando com a medalha de bronze. Nos mesmos jogos, a velocista Leah Martindale de Barbados chegou em quinto lugar na prova dos 50m Livre.
Fora isso, nem as semi-finais de qualquer outra prova tivemos um nadador negro incluído.

O melhor resultado foi o do brasileiro Edvaldo Valério Silva, o primeiro nadador negro do Brasil a chegar a um pódium olímpico. Este ano, o time olímpico do Brasil terá dois representantes da raça negra: Jáder Souza e Gabriel Mangabeira.
Uma tese apresentada pelo professor paulista Afonso Carlos Lima dos Santos que traz um estudo comparativo do desempenho de performance entre os atletas brancos e “afro-brasileiros”.
O resultado não indica diferenças significativas na pesquisa. Embora o próprio estudo destaque os resultados de estudos anteriores que indicam uma maior densidade máxima óssea dos negros em relação aos brancos.

Um menor percentual de gordura no tecido adipócito também é citado no estudo como outra desvantagem do representante negro em relação ao branco na performance aquática.


Até mesmo na África do Sul, país de maioria absoluta negra (90% da população) alcançou apenas este ano de 2004 os três primeiros nadadores de cor a ingressarem na seleção nacional júnior e estão em treinamentos visando a preparação olímpica para 2008.


Se alguém já entrou no escritório do Fort Lauderdale Swim Team durante estes últimos cinco anos, a primeira coisa que irá ver é uma bandeira imensa do meu querido Brasil. Não há qualquer bandeira americana ou indício de concorrência para a demonstração do meu patriotismo fervoroso.

Não podemos esquecer de Edvaldo Valério (o primeiro e único nadador negro do Brasil em uma Olimpíada).
O assunto é polêmico no Brasil, imagina nos Estados Unidos.

BRONZE SUADO Edvaldo Valério, Carlos Jayme, Gustavo Borges, Fernando Scherer juntaram experiência e sangue novo para manter a tradição de medalha da natação brasileira nas duas últimas Olimpíadas e garantiro bronze no revezamento 4 x 100 livre. A vida dos nadadores brasileiros fica cada dia mais difícil num ambiente em que a quebra de recordes acontece às dezenas

Entretanto a Revista oficial da USA Swimming, Splash na sua edição destacou o assunto em capa e em grande parte das reportagens.
Na capa, está Anthony Ervin, campeão olímpico dos 50m Livre que é filho de pai negro e mão judia.


Ervin é o primeiro descendente de negros a conquistar uma vaga olímpica na equipe americana.
No título da Splash Magazine a respeito de Anthony: “Não o rotule de branco ou negro, apenas rápido”.
O primeiro negro a fazer parte do National Team americano foi Michael Norment, um nadador de peito no ano de 1997, de lá para cá outros já estiveram lá e agora os americanos tentam “forçar a barra” para fazer de Anthony Ervin como representante negro.
Segundo sua família, ele é 75% de origem negra e 25% de origem nativa americana.


Em tempos da eleição de um presidente negro nos EUA, parece até mesmo ultrapassada essas questões étnicas, mas devemos observar se o conhecimento não está sendo utilizado para justificar preconceitos pessoais ou culturais.

domingo, 4 de janeiro de 2009

4º Campeonato do Mundo de Natação Síndrome de Down/ A outra Natação

4º Campeonato do Mundo de Natação Síndrome de Down



O 4º Campeonato do Mundo de Natação Síndrome de Down ocorereu nas Piscinas Municipais de Albufeira, Portugal, entre os dias 27 de Novembro e 4 de Dezembro de 2008.


Com a presença de mais de 250 atletas em representação dos seus países, como Portugal, Espanha, Estados Unidos da América, Japão, México, Brasil, Índia, Rússia, entre muitos outros.

O país sede organizou e valorizou muito bem o evento.

Tanto que esteve presente a cerimônia de aberura a Primeira-Dama de Portugal, Maria Cavaco Silva.
O Campeonato foi realizado até dia 3 de Dezembro, Dia Internacional da Pessoa com Deficiência.

Organizado pela ANDDI-Portugal e pela DSISO (Federação Internacional de Natação para a Síndrome de Down) em parceria com poderes locais.



Um dos grandes destaques foi a nadadora Mannie de Fátima, atleta portuguesa que conquistou 5 medalhas e quebrou muios recordes.


Com 26 anos, Mannie é um dos valores mais sólidos em termos da natação adaptada nacional.


Filha de mãe portuguesa e pai chinês, Mannie nasceu e viveu no Brasil durante seis anos e aí começou o seu percurso na modalidade.


Aos 3 meses iniciou-se na hidroterapia, mas aos 2 anos já estava na natação dita regular.




A atleta concilia, actualmente, o seu trabalho na Faculdade de Agronomia com os treinos no Colégio "Os Salesianos".





Começou a participar em competições da ANDDI-Portugal (Associação Nacional de Desporto para a Deficiência Intelectual) com 14 anos.


E o Brasil?

Pela primeira vez, o Brasil foi representado no mundial de natação para portadores de síndrome de Down.

Apenas dois nadadores, Pedro e Tiago estiveram na disputa e conquistaram medalhas para o país.

Pedro 2 ouro e uma prata e Tiago um bronze.

Dizer oquê? Mais uma vez apesar das adversidades, nós brasileiros somos 100% de aproveitamento!!

Como se diz no Hino Nacional: 'Verás que o filho teu não foge a luta!'

Parabéns meninos!

Vocês são verdadeiros gigantes!!!