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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Brasil vence o revezamento e fecha Mundial histórico na liderança


Cesar cai na água em quarto, tira vantagem em cima de campeão olímpico e dá o sétimo ouro ao Brasil, que termina na ponta do quadro de medalhas em Doha

                                                   
Antes da disputa do revezamento 4x100m medley do Mundial de Natação em piscina curta, em Doha, Cesar Cielo havia dito que o Brasil brigaria para levar o bronze. Mal sabia que ele mesmo apagaria sua previsão. Com uma atuação antológica, ele caiu na água na quarta posição, atrás de Estados Unidos, França e Grã-Bretanha, e conseguiu levar o Brasil à medalha de ouro. Cielo mergulhou 0s85 atrás de Ryan Lochte, que fechava a prova para o time americano. Nos metros finais, após deixar para trás o francês Clement Mignon e o britânico Benjamin Proud, o brasileiro superou também o astro americano para coroar uma participação memorável da natação brasileira: o sétimo ouro, a décima medalha do país, líder geral do quadro de medalhas da competição no Catar.
- Não vou dizer que a gente esperava ganhar a competição. Isso é inédito para o Brasil, é uma surpresa muito grande. O (Felipe) França, com cinco medalhas de ouro, deve ser uma das maiores vitórias de um brasileiro. Estou muito contente com os meus 100m livre. Posso comparar com o Mundial de Barcelona, com as Olimpíadas de Pequim. Nadar com eles é uma alegria a mais. Temos um grande time - disse Cielo  após o revezamento.



Para o maior nadador brasileiro de todos os tempos, a conquista em grupo teve sabor especial:
- O pessoal fez um trabalho excepcional. De todas as medalhas que já ganhei, dividir com os amigos é muito bacana. A gente trabalha muito para chegar aqui. Foi um efeito bola de neve. Entrou Etiene, o França e o revezamento agora. Foi superbacana. Espero que a gente continue nesta pegada.
Com sete ouros, uma prata e dois bronzes, o Brasil pulou para a ponta do quadro de medalhas no último dia de provas em Doha, com dez no total. A Hungria ficou em segundo, com seis ouros, três pratas e dois bronzes (11 no total); e a Holanda acabou em terceiro, com cinco ouros, uma prata e seis bronzes (12 no total) - o número de ouros é o critério predominante na classificação.


 
Foi um domingo perfeito para a natação brasileira. Cesar Cielo abriu os trabalhos superando Florent Manaudou nos 100m livre e conquistando o bicampeonato mundial da prova.
 Em seguida, Etiene Medeiros brilhou nos 50m costas, quebrou o recorde mundial e trouxe para o Brasil a primeira medalha individual feminina na história dos mundiais.
Com três ouros já garantidos, Felipe França resolveu encher ainda mais a bagagem, vencendo os 50m peito. E ele não pararia por aí...
Por fim, com Cielo, França, Guilherme Guido e Marcos Macedo, a emocionante vitória no revezamento 4x100m medley para fechar com chave de ouro a melhor participação do país em mundiais.
- Do ano passado para cá, eu perdi 20kg. Foi um peso que tirei das minhas costas (risos). Tenho que agradecer a muitas pessoas. Estamos caminhando juntos rumo ao Mundial de Kazan. Subi mais um degrau para 2016 - disse Felipe França após faturar sua quinta medalha de ouro em Doha.
Com o Rio 2016 no horizonte - e uma distante escala em Kazan para o Mundial de piscina longa no ano que vem - a natação brasileira fecha um 2014 animador, contando também com os títulos de Ana Marcela Cunha e Allan do Carmo no Circuito Mundial de maratonas aquáticas.
A prova
Guilherme Guido abriu os 100m costas e entregou para Felipe França na terceira posição, atrás de EUA e Austrália. O nadador de peito manteve a posição, mas agora com EUA em segundo e Grã-Bretanha na frente. Era a vez de Marcos Macedo, que começou bem no borboleta, mas cansou no fim e deixou o Brasil em quarto (2m36s47), a 85 centésimos dos EUA, líderes da disputa (2m35s62). E ainda havia França e Grã-Bretanha a alcançar.
Cielo foi para água na raia 1, ao lado do americano Ryan Lochte, maior medalhista da história da competição e que já subiu ao pódio 11 vezes em Olimpíadas. Aos poucos, o brasileiro tirou a vantagem dos demais e, nos últimos cinquenta metros, já aparecia em segundo, 0s50 atrás da equipe americana.
Neste momento, o complexo veio abaixo. Com gritos de brasileiros vindos de todas as partes, Cielo forçou o ritmo e, na batida de mão, garantiu o sétimo ouro do Brasil na competição, terceiro dele. O tempo final foi de 3m21s14, contra 3m21s49 dos americanos e 3m22s26 dos franceses. Quem fechou a prova foi Manaudou, o mesmo que havia vencido Cielo nos 50 e perdido nos 100m.
O troco de Cielo
Maior nadador da história do Brasil, Cesar Cielo estava mordido depois do bronze nos 50m livre. Contra o mesmo rival, Florent Manaudou, o brasileiro conseguiu a medalha de ouro nos 100m livre, com direito a virada nos últimos metros. A vitória veio com o tempo de 45s75, apenas seis centésimos a frente do rival. Foi o décimo título mundial da carreira de Cielo, o terceiro na prova dos 100m livre e o segundo em piscina curta.
A primeira vez


Etiene Medeiros se tornou a primeira brasileira a conquistar uma medalha em provas individuais na história do Campeonato Mundial de natação. E não foi qualquer medalha. Etiene venceu os 50m costas, com recorde mundial, batendo à frente da nadadora mais completa da competição, a húngara Katinka Hosszú, que ficou com o bronze.


 O tempo de Etiene foi de 25s67, deixando a australiana Emily Seehbolm em segundo (25s83) e Katinka em terceiro.
Felipe soberano

Antes de completar a quina no revezamento 4x100m medley, Felipe França conquistou sua quarta medalha de ouro no Mundial. Na sua prova mais forte, em que já tinha sido campeão do mundo outras duas vezes (2010 na curta e 2011 na longa), ele venceu com a marca de 25s67, 0s24 à frente dos seus dois maiores rivais, o britânico Adam Peaty e o sul-africano Cameron Van der Burgh, que empataram em segundo.
A forma como título veio foi incontestável. Nos primeiros quinze metros, já era nítida a vitória do brasileiro. No fim, Felipe bateu em primeiro com tranquilidade.
Mais quatro recordes mundiais
O número de recordes mundiais em Doha chegou a 23. Neste domingo, cinco marcas foram baixadas, uma delas com Etiene Medeiros nos 50m costas. A Holanda fez o melhor tempo da história no revezamento 4x50m livre feminino, com 1m33s24.
Nos 100m medley, o alemão Markus Deibles bateu o recorde com 50s66, Mas o dia foi da sueca Sarah Sjostrom, que se tornou recordista do planeta em duas provas: 100m borboleta (54s61) e 200m livre (1m50s78).
Henrique em sexto; Daiene em oitavo
O Brasil ainda disputou duas finais no último dia de provas. Nos 100m medley, prova em que o alemão Markus Deibles quebrou o recorde mundial, Henrique Rodrigues foi o sexto colocado com a marca de 51s33.
Nos 100m borboleta, Daiene Dias foi a oitava colocada com 57s26. O ouro, com recorde mundial, foi para a sueca Sarah Sjostrom (54s61), a prata da chinesa Ying Lu (55s25) e o bronze foi para a dinamarquesa Jeanette Ottesen.


Por

Cielo dá o troco em Manaudou e vence os 100m livre em Doha

O brasileiro César Cielo conquistou a medalha de ouro neste domingo nos 100 metros nado livre (45.75) no Mundial de Piscina Curta em Doha, à frente do francês Florent Manaudou (45.81) e do russo Danila Izotov (46.09).

"Estou muito animado, eu não esperava, para ser honesto", disse Cielo após a prova.

"Brasil e França compartilham uma longa história: Ayrton Senna e Alain Prost, eu e Frederick Bousquet, eu e Alain Bernard e Manaudou. Agora eu espero que tudo continue assim até os Jogos", acrescentou o brasileiro.

Cesão deu o troco em Manaudou, que o derrotou na sexta-feira na prova dos 50 m livre, como nos Jogos Olímpicos de Londres-2012.

Cielo soma cinco medalhas neste mundial: além desse ouro nos 100 m livre, ganhou outros dois, no revezamento 4x50 m livre e 4x100 m masculino, além de dois bronzes, nos 50 m livre individual e no revezamento 4x 50 livre misto.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Mundial de Natação começa com quebra de recorde sul-americano em Doha

A Seleção Brasileira teve um bom desempenho no primeiro dia do Campeonato Mundial de Natação em piscina curta, em Doha, no Catar.
Um dos destaques do País foi Etiene Medeiros.

 A nadadora brasileira quebrou duas vezes o recorde sul-americano dos 100 m costas e se classificou para a final da prova.
Nas eliminatórias, Etiene completou a prova em 57s36, superando sua própria marca de 57s53.
Mais tarde, ela voltou à piscina para disputar a semifinal dos 100 m costas.
Com 57s13, Etiene baixou ainda mais a marca e avançou para a final com o sétimo melhor tempo.

Além de Etiene, o Brasil classificou outros três nadadores para finais e participou da decisão no 4x100 m livre.
Sem Cesar Cielo, que só nadou nas eliminatórias, os brasileiros Henrique Martins, João de Lucca, Alan Vitória e Gustavo Godoy ficaram com a 8ª posição na final, com o tempo de 3min08s31.
O ouro foi para a França, com 3min03s78.
O dia ainda teve Felipe França, Marcos Macedo e Guilherme Guido se classificando entre os oito melhores em suas provas.

Felipe cravou 57s21 nos 100 m peito e disputa a final com o sexto melhor tempo. Marcos Macedo foi o quarto mais rápido nas semifinais dos 100 m borboleta, com 50s03. Já Guilherme Guido teve a segunda melhor marca nos 100 m costas, com 50s12.
Etiene, Felipe, Marcos e Guilherme disputam as finais de suas provas no dia 04/12/14.

 Os quatro atletas são contemplados pelo programa Bolsa Atleta. 
Felipe França na categoria olímpica e os outros três na categoria nacional.
Fonte:
Brasil 2016

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Brasil vence o Desafio Raia Rápida com direito a recorde no 4x50m medley

Foto: Satiro Sodré / SSPressCom uma equipe formada por Matheus Santana, Nicholas Santos, Felipe França e Guilherme Guido, o Brasil conquistou neste domingo, pela primeira vez, o Desafio Raia Rápido, disputado no Mourisco, na piscina do Botafogo, no Rio de Janeiro.
 Os Estados Unidos terminaram em segundo, a África do Sul, em terceiro, e a Austrália, campeã do ano passado, em quarto.

Nas disputas individuais, os grandes destaques foram os brasileiros Felipe França e Nicholas Santos, o sul-africano Gehard Zandberg e o americano Anthony Ervin.

 No revezamento 4x50m medley, a equipe brasileira travou uma disputa emocionante até os últimos metros, vencendo os Estados Unidos por sete centésimos e estabelecendo o melhor tempo do mundo na prova (1m37s68). 
O país campeão da competição foi definido a partir do somatório de pontos das categorias individuais e do revezamento.

O dia começou com as provas individuais.
 Os atletas disputaram baterias eliminatórias, de 50m em cada um dos quatro estilos (costas, peito, borboleta e livre).

 Os últimos colocados foram eliminados da etapa seguinte, até que restaram apenas dois nadadores de cada modalidade.

A prova de nado costas abriu o Desafio. 
O sul-africano Gehard Zandberg venceu a bateria final contra o brasileiro Guilherme Guido. 

O americano David Plummer foi eliminado na segunda bateria e o australiano Daniel Arnamnart foi o primeiro eliminado.

No nado peito, destaques para o brasileiro Felipe França e o sul-africano recordista mundial Cameron van der Burgh, rivais de longa data, que travaram uma bela batalha na bateria final, com vitória do brasileiro.
 O americano Mike Alexandrov foi eliminado na segunda bateria e o australiano James Stacey na primeira.

O brasileiro Nicholas Santos foi o grande vencedor do estilo borboleta, batendo o americano Eugene Godsoe na final e levando o público ao delírio.

 O australiano Jayden Hadler foi eliminado na segunda bateria, conquistando o único ponto da sua equipe, e o sul-africano Giulio Zorzi na primeira.

No mais rápido dos estilos, o livre, a final foi entre dois campeões olímpicos: os experientes Anthony Ervin, dos Estados Unidos, e Roland Schoeman, da África do Sul. 

A final foi eletrizante, com vitória do americano. 

O brasileiro Matheus Santana, grande revelação da natação mundial no ano, foi eliminado na segunda bateria e Kurt Herzog, da Austrália, foi o primeiro eliminado.



Um dia a gente chega lá...

terça-feira, 1 de julho de 2014

Natação da Rússia pode ser suspensa por sucessivos escândalos de doping


Ministro de esportes russo, Mutko diz que o número de testes positivos "chegou ao limite". No mês passado, campeã mundial Yuliya Efimova foi suspensa por 16 meses

Palco do próximo Mundial de Desportos Aquáticos, que será disputado no ano que vem, em Kazan, a Rússia corre o risco de ser suspensa de competições internacionais por conta de uma série de casos de doping. A informação foi divulgada pelo ministro dos esportes russo, Vitaly Mutko, na última segunda-feira. No mês passado, a recordista mundial Yuliya Efimova foi suspensa por 16 meses após testar positivo para um esteroide proibido, DHEA. Em 2013, pelo menos cinco atletas falharam nos testes, manchando a imagem do esporte do país. 
- O número de violações das regras antidoping chegou ao limite. Se houver mais uma ou duas violações, a Federação poderá ser suspensa por completo - disse Mutko à imprensa russa. 
yuliya efimova mundial de natação  (Foto: agência Getty Images)Suspensa por doping, campeã mundial Yuliya Efimova poderá voltar a competir em 2015 (Foto: agência Getty Images)
O ministro revelou ainda que a Federação Russa de Natação é apenas um dos "diversos" órgãos desportivos do do país que correm o risco de suspensão por escândalos de doping. Ele não revelou, no entanto, o nome dos outros. 
De acordo com as regras da Federação Internacional de Natação (FINA), uma entidade membro de um país pode ser suspensa por dois anos se quatro atletas da mesma disciplina testarem positivo em um intervalo de até 12 meses, salvo algumas exceções. Cornel Marculescu, diretor executivo da FINA, contou à agência de notícias "Associated Press" que a Rússia não está nessa categoria.
- Não vamos comentar essa possibilidade - limitou-se Marculescu, acrescentando que a FINA está "extremamente confiante" da capacidade do país em receber o Mundial. 
O diretor se mostrou satisfeito com as instalações russas e agradeceu ao apoio das autoridades locais e destacou que a competição tem tudo para ser um sucesso. O Mundial irá aproveitar alguns dos espaços usados para a disputa da Universíade, no ano passado, incluindo a Arena Kazan, que também irá sediar a Copa do Mundo de 2018. 
Uma das principais esperanças de medalhas do país nas piscinas, Efimova poderá voltar a competir em 28 de fevereiro de 2015. A nadadora foi um dos destaques do Mundial de Barcelona, no ano passado, onde sagrou-se campeã dos 50m livre e 200m peito. Em novembro, em uma competição de piscina curta em Tóquio, ela quebrou o recorde de 50m peito. A russa também chamou a atenção por ter disputado os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, com apenas 16 anos. Na ocasião, ficou em quarto lugar nos 100 peito. 

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Revelação americana da natação bate marca de Phelps e se inspira em Cielo

Aos 15 anos e com 1,95m, Michael Andrew já derrubou 75 recordes em sua carreira, além de outros feitos. 

Meta é disputar as Olimpíadas do Rio, em 2016

Enquanto Michael Phelps vive seu retorno às piscinas, os Estados Unidos acompanham o surgimento de uma nova promessa da natação.
 Aos 15 anos e com 1,95m, Michael Andrew já coleciona recordes e conquistas em sua curta carreira. 
Até aqui, ele já quebrou 75 marcas nacionais, sendo uma do maior campeão olímpico da história, nos 200m medley junior, no ano passado.
 Agora, a meta é participar das Olimpíadas do Rio, em 2016, quando ele terá 17 anos.
- O objetivo a curto prazo seria a Rio 2016, claro. 
Quando ouço falar do Rio, penso que tenho uma chance de estar lá e em como seria incrível. Seria realizar um sonho mesmo - disse a revelação ao SporTV.
Enquanto derruba as marcas de Phelps, Michael se inspira em Cesar Cielo, especialista em suas provas preferidas, de curta distância. 
Durante uma competição nos Estados Unidos, o jovem teve a oportunidade de encontrar o tricampeão mundial dos 50m livre e aproveitou para tirar uma foto.
- Fui falar com ele, é um amor, um cara muito bacana. Nós vemos ele batendo no peito, aquilo intimida, é assustador, mas fora disso ele é uma pessoa maravilhosa - afirmou o jovem sobre o já conhecido ritual de Cielo.
Cielo e Andrew (Foto: Reprodução / SporTV)Andrew posa ao lado do ídolo Cesar Cielo durante competição (Foto: Reprodução / SporTV)
O bom desempenho é seguido de perto por Phelps, que prevê um futuro de sucesso para o novo fenômeno. Para isso, precisa se adaptar aos torneios em piscina curta e longa.
- O garoto é um nadador talentoso, ele quebrou um monte de recordes, incontáveis recordes. O garoto é demais, é grande. Ele é do meu tamanho, só que maior. E ter altura é muito importante para um nadador. Só depende de como será a transição de piscina curta para longa - avaliou o recordista de medalhas olímpicas.
As vitórias também fizeram com que Michael, que não defende clubes ou escolas, alcançasse feitos fora dela. 
Aos 14 anos, ele se tornou o mais jovem americano da história da natação a se profissionalizar, o que significa ter um patrocinador. Por conta dos compromissos com as competições, Michael estuda à distância.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Vitória a todo custo...

Campeã mundial de natação e recordista, russa é suspensa por doping

A russa Yuliya Efimova, campeã mundial de natação em 2013, nos 50m e nos 200m, foi suspensa por 16 meses pela Fina (Federação Internacional de Natação). 
Ela teve doping confirmado. 
Yuliya testou positivo para DHEA, um hormônio esteróide. 
O teste foi realizado em outubro de 2013, durante competição de natação em Los Angeles (Estados Unidos). 
Apesar da punição ter sido confirmada apenas agora, a russa cumpre suspensão prévia desde janeiro de 2014.
Os 16 meses de suspensão impostos pela Fina valem a partir do teste antidoping, ou seja, outubro de 2013. Sendo assim, a russa poderá voltar às piscinas a partir de fevereiro de 2015. 
Yuliya Efimova foi destaque em 2013 durante o Mundial de Natação de Barcelona. Na ocasião, ela foi campeão dos 50m e dos 200m peito. 
Em novembro, em competição em Tóquio, ela bateu recorde mundial dos 50m peito, piscina curta. 
A russa também  virou destaque no mundo por ter participado das Olimpíadas de Pequim, em 2008, com 16 anos, quando ficou em quatro lugar nos 100m peito

Para não perder o sabor da vitória muitos nadadores se arriscam além do necessário...

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Com incentivo da família tudo fica mais fácil

As irmãs Bruna Eduarda Darolt, de 12 anos, e Danieli Luiza Darolt, de 15 anos, fazem natação desde os quatro anos, com incentivo da mãe Simone Mucke, que optou pela natação por ser um esporte completo.
- Sempre achei a natação um esporte em completo. Elas gostaram bastante e as medalhas começaram a aparecer, então não tem como não incentivar – diz a mãe.
Danieli Luiza Darolt, de 15 anos, (esquerda) e Bruna Eduarda Darolt (direita) com os pais e a avó (Foto: Lauane Sena)Danieli Luiza Darolt, de 15 anos, (esquerda) e Bruna Eduarda Darolt (direita) com os pais e a avó 
Desde então, a família sempre acompanha as atletas nas competições. E na tarde desta quarta-feira (21) além da mãe e do pai, a avó das meninas também foram torcer pelas netas. As duas irmãs disputaram os Jogos Escolares de Vilhena (JEV’s). 
Danieli participa de competições há cinco anos e já acumula mais de 60 medalhas. 
A jovem conta que apesar de praticar outros esportes, o amor pela natação sempre foi maior. Danieli diz que não pretende seguir carreira como nadadora, mas é uma atividade que não abre mão. Após acompanhar o desempenho da irmã nas competições, Bruna também começou a competir e já conquistou 23 medalhas.
Nesta quarta Danieli participou de três provas, 200 metros medley, 100 metros borboleta e 50 metros borboleta. Por falta de competidores, a jovem nadou sozinha em todas, mas isso não é garantia de classificação segundo Danieli.
- É muito mais difícil nadar sozinha porque aí não vamos com todo o gás e para se classificar precisamos de um bom tempo, por isso preciso de um bom tempo para ir para o Regional – explica.
Oito atletas participaram das 14 provas da modalidade. De acordo com a Coordenadora de Educação Física da Seduc, Maria Angela Faust, a natação ainda é um esporte que não atrai muitos atletas em Vilhena e por isso cada atleta pode competir em até três modalidades.
De acordo com Danieli, o objetivo é participar novamente da fase nacional da competição. A jovem participou do Brasileiro no ano de 2012 e concorreu com mais de 200 atletas e ficou em 19º lugar. A jovem também já participou da Copa Amazônia em 2013, que reuniu atletas dos estados de Rondônia, Acre, Amazonas e Roraima e conquistou cinco medalhas de outro. E também em 2013, garantiu mais duas medalhas, uma de ouro e uma de prata, nos Jogos Escolares de Rondônia.
- Agora eu já sei como é a competição, vou tentar me classificar e trabalhar para chegar o mais próximo possível do tempo das meninas que disputam lá - finaliza.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

NATAÇÃO PARA DEFICIENTES VISUAIS

A prática de atividades motoras por pessoas com deficiência – como processo de habilitação, reabilitação e interação social – constitui-se num dos principais instrumentos para o desenvolvimento das potencialidades individuais e coletivas dessa parcela da população.

 Inegavelmente são muitos os ganhos decorrentes da participação em atividades de lazer e esporte, sejam eles no âmbito sensório motores/ou psicossocial.

A natação, dessa forma, tem sido de grande importância para o desenvolvimento global das pessoas com deficiência visual,
  •  pois pode ser praticada em qualquer idade e condição física, trazendo benefícios que influenciarão diretamente as suas atividades diárias, favorecendo e facilitando a inserção social dessas pessoas. 
  • Portanto, a utilização da modalidade natação como atividade motora para pessoas com deficiência visual é altamente recomendável, 
  • pois este é um esporte que possibilita independência e autonomia ao seu praticante, 
  • além de trazer vários benefícios que estão ligados à segurança e à qualidade de vida do aluno/aprendiz.

É, sem dúvida, uma das modalidades esportivas mais adequadas para verificar-se:
  •  o processo de inclusão do cego e do deficiente visual no esporte, 
  • pois tem características como regras, 
  • formas de aprendizagem, treinamento, competições, 
  • entre outros fatores que favorecem a inserção dessas pessoas no ambiente da atividade física voltada para a saúde, 
  • e também possibilita, por seu formato, o encaminhamento para o ambiente esportivo competitivo.
 
 
 COMPETINDO DE OLHOS FECHADOS 
 
 
A natação é uma das modalidades esportivas com mais tradição dentro do campo do esporte para pessoas portadoras de deficiências, e que foi introduzida como esporte de competição após a segunda guerra mundial.

Atualmente é uma modalidade com mais participação e, destacam os recordes mundiais que obtiveram os nadadores cegos, por que não estão distantes dos recordes absolutos nas provas dos atletas normais.

Para adaptar a competição aos nadadores com incapacidade, cada uma das quatro federações internacionais (CP-ISRA, ISOD, IBSA, ISMWSF).
 elaboraram seus próprios regulamentos que incorpora normas específicas para os diferentes tipos de deficiência.

No caso dos portadores dos deficientes físicos as diferenças mais significativas básicas são na adaptação das normativas de correção de estilos e nas saídas e viradas em função das deficiências. 
de acordo com a deficiência é permitido sair do bloco ou do interior da piscina.

Fabiana Harumi Sugimori- nadadora paraolímpica def. visual


Nas provas dos deficientes visuais é permitido avisá-los da proximidade da virada ou da saída do bloco, mas não verbalmente
Os competidores B1 são obrigados a usar óculos opacos para competir. 

Caso a prova na mesma raia sempre que a mesma esteja livre. 
Em caso contrário, o técnico pode indicar verbalmente que troque de raia.
Tempos atrás natação para portadores de deficiência desenrolava-se em duas competições paralelas, a dos deficientes visuais (B1, B2, B3) e para os deficientes físicos, utilizando-se o símbolo S1 a S10 para as provas de estilo livre, costas e golfinho e SB1 a SB10 para estilo de peito. 

Atualmente os portadores de deficiência visual competem nas classes B11, B12, B13 e os deficientes mentais se agrupam na classe B14, facilitando assim a identificação do tipo de deficiência.

Distribuídos de acordo com o grau de deficiência, os deficientes visuais ficam assim classificados:
B11 – Ausência da percepção de luz nos dois olhos.
B12 – Capacidade de reconhecer a forma de uma mão.
B13 – Campo visual reduzido, mas com bastante visão.

Os portadores de deficiência física participam nos seguintes grupos:

S1 – Afetação muito grave de tronco e nas quatro extremidades.
S2 – Afetação grave de tronco e nas quatro extremidades.
S3 – Afetação de tronco e extremidades superiores e afetação grave de extremidades inferiores.
S4 – Afetação de tronco e afetação grave de duas ou mais extremidades.
S5 – Afetação de tronco e duas ou mais extremidades.
S6 – Afetação leve de tronco e afetação de duas ou mais extremidades.
S7 – Afetação grave de duas extremidades.
S8 – Afetação de duas extremidades, afetação grave de uma extremidade ou afetação grave de diversas articulações.
S9 – Afetação de uma extremidade ou diversas articulações.
S10 – Afetação leve de uma ou duas extremidades ou comprometimento leve de uma ou diversas articulações.


fonte:
Pedagogia da natação: um mergulho para além dos quatro estilos / Fernandes, Josiane Regina Pejon; Costa, Paula Hentschel Lobo da.
  Swimming teaching: a proposal beyond the stroke technique
Rev. bras. educ. fís. esp;20(1):5-14, jan.-mar. 20.06
Associação Nacional de Desporto para Deficientes

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Estudo mostra que nadar abre o apetite e pode não ser útil para emagrecer . Como?

Os efeitos da natação sobre a saúde são de certo modo semelhantes aos ocasionados por atividades aeróbicas terrestres como corrida, caminhada e ciclismo, afirmou Hirofumi Tanaka, diretor do Laboratório de Pesquisas do Envelhecimento Cardiovascular da Universidade de Texas, de Austin.
A natação, assim como esses esportes, é um "exercício aeróbico rítmico que pode ser realizado sem interrupção para melhorar a saúde cardiovascular e muscular", afirmou.
Experimentos realizados por Tanaka e outros pesquisadores descobriram que a natação "é muito eficaz na redução da pressão arterial e na melhora da função vascular", e que a caminhada e outros exercícios de resistência terrestres são tão eficazes quanto.
A única vantagem da natação é que, por ser praticada dentro d'água, oferece flutuação e resfriamento, afirmou Tanaka.
"Por isso, a incidência de lesões ortopédicas e a taxa de doenças relacionadas ao calor são baixas", completou.


Desvantagem
Todavia, a natação possui uma desvantagem considerável. "Ela parece estimular o apetite mais do que exercícios vigorosos realizados no solo, como a corrida", disse Tanaka.
Isso significa que a natação não é particularmente útil para a perda ou a manutenção do peso corporal?
Em um estudo de 2005 sobre o hábito de realizar exercícios e o peso corporal, que envolveu mais de 15 participantes de 53 a 57 anos, as pessoas que caminharam rapidamente, correram ou andaram de bicicleta não ganharam muito peso ao longo de uma década.
Já as pessoas que nadaram estavam predispostas a engordar.
Todavia, "a natação é, sem dúvida, uma atividade benéfica devido a outros fatores, especialmente para a saúde cardiovascular", afirmou Tanaka.
Apenas deixe de lado o bolinho comemorativo após dar suas voltas.

"A Natação tem uma capacidade enorme de promover emagrecimento.
 até potencializá-lo quando associada a outras atividades.


Confira na íntegra a análise das vantagens que a Natação tem para a perda de peso: 

"A prática de qualquer atividade física pode ser responsável pelo emagrecimento além gerar vários outros benefícios à saúde.
Como um exercício aeróbio a Natação tem uma capacidade enorme de promover o emagrecimento e até potencializá-lo quando associada a outras atividades.
 Isso acontece devido ao aumento do consumo do oxigênio pelo organismo quando a atividade é praticada na água.
Em um único treino de Natação sua frequência cardíaca pode apresentar muitas variações, acelerando o processo de emagrecimento com um baixo risco cardiovascular.
Além disso, a pressão que a água exerce sobre o seu corpo (hidrostática) faz com que a sua frequência cardíaca se recupere mais rápido.
É o que chamamos de Bradicardia.
Qualquer exercício aeróbio promove o emagrecimento quanto praticado cerca de 50% a 80% da Frequência Cardíaca máxima, durante mais de 30 minutos, e em uma frequência de 3 a 5 vezes por semana, principalmente, se estiver acompanhada de uma dieta básica regular e hábitos de vida saudável como de 6 a 8 horas diárias de sono, por exemplo.

Porém, existe uma grande vantagem de utilizar o meio líquido como veículo para o emagrecimento:
  • a água é cerca de 800 vezes mais densa que o ar.
Ou seja, a resistência ao deslocamento na água é cerca de 14 vezes superior. 
Isso significa que você tem uma maior perda calórica enquanto nada e maior fortalecimento muscular enquanto tenta vencer a resistência da água.
  •  Por esse motivo, se você é iniciante, deve ter atenção redobrada.
No início é comum sentir-se cansado e ofegante enquanto dá suas primeiras braçadas, principalmente se vem de uma condição de sedentarismo.
  • Mesmo nadando lentamente sua a frequência cardíaca pode se aproximar da Frequência Máxima com mais rapidez. 
Inicialmente, quando treinamos na água, é comum parecer que não estamos fazendo muita força, porém o rendimento e o desempenham aumentam consideravelmente e progressivamente.
  • Logo, se o seu professor de natação utilizar estratégias que fortaleçam os músculos (séries curtas e de alta intensidade) e que aumentem a capacidade aeróbia (séries longas de baixa intensidade), facilitam que o sistema cardiovascular aumente o consumo do oxigênio durante a prática da atividade.

Uma dica para quem busca emagrecer através da Natação é:
procure vivenciar todos os Ciclos do Treinamento, desde um treinamento de Endurance Básico, responsável por promover o condicionamento aeróbio, utilizando em maior proporção o metabolismo de gorduras,
através de exercícios técnicos,
regenerativos ou de resistência muscular localizada;
até treinamentos de potência,
que promoverão o aumento da potência muscular.
Sem dúvida quando associados, promoverão melhores resultados e facilitarão com que atinjam seus objetivos de forma mais dinâmica e com segurança.







fontes:
Gretchen Reynolds
Do The New York Times 03/01/2014

Bárbara Valente.  

Coordenadora Nacional e BT Expert em Atividades Aquáticas 

MIL MOTIVOS PRA VOCÊ VOLTAR A NADAR... OU COMEÇAR AGORA

Cardiologista: 'Nadar traz de volta a memória profunda de uma criança'

Nabil Ghoraeyb explica por que devemos estimular a prática da atividade
física desde cedo, como forma de controlar possíveis doenças no futuro

As dúvidas são parecidas, até mesmo eu, pai de novo e avô, me fiz perguntas, devo estimular esportes?
 Desde quando? 
Qual o melhor esporte?
 Quais os cuidados gerais? 
Será que devo acompanha-lo?
 Posso torcer e até “brigar” por ele?
 Inúmeras pesquisas recentes demostram que as doenças dos adultos tem o início de seu desenvolvimento na infância e uma das principais ações para controla-las é a atividade física regular desde cedo. A mais precoce e interessante delas é a natação! 
Aprender a nadar, além de útil, traz de volta a memória profunda de uma criança, do tempo em que estava na barriga da mãe, num meio líquido e aquecido.
Criança natação euatleta (Foto: Getty Images)

 A mais precoce e interessante atividade física é a natação, afirma Nabil Ghorayeb (Foto: Getty Images)

Devemos estimular a atividade física o mais cedo possível, porém na primeira infância serão práticas lúdicas e livres. 
Nada de competições com cobranças! 
Todos ganham medalhas e se divertem.
Evidente que se faz necessária a consulta prévia com o pediatra, aliás, um atestado médico detalhado é exigência de várias escolas para as aulas de educação física, natação e de escolinhas de iniciação esportiva. 
Os cuidados gerais valem até para o material esportivo. 
Nunca improvisar e dar claras orientações quanto à higiene, principalmente das meninas.


    Em exames rotineiros de jovens atletas, detectamos um numero elevado de infecções urinárias e de fungos genitais, provavelmente por terem o hábito de deixar seus maiôs úmidos no armário do vestiário. 
    A reposição hídrica deve ser basicamente de água ou sucos, nunca utilizar isotônicos para crianças (isso consta no rótulo).
    Acompanhamento e torcida, esse é um assunto difícil de abordar, estar junto é o ideal sempre, até para lhes ensinar a manter um bom comportamento esportivo/social e a maioria adora ver os pais. 
    Nos esportes coletivos a responsabilidade é compartilhada na derrota ou na vitória e isso é ótimo para a sociabilização da criança. 
    Se escolheu esporte individual, é importante agregar um coletivo para sua formação humana e esportiva.
    Agora torcer é um tabu! 
    Raros pais deixam de se empolgar e infelizmente muitos passam a “cobrar” desempenho perfeito do filho(a), qualquer erro vira uma tempestade familiar. 
    O pior exemplo é na decorrência da disputa ocorrer uma falta, por exemplo, não tem sido raro pais virarem feras agressivas contra o faltoso e daí desencadear uma briga na torcida num terrível mal exemplo. 
    Vamos incentivar as nossas crianças para o esporte, mas saudável e com “fair-play”.
     10 RAZÕES PARA VOCÊ NADAR( ou começar hoje)
     
    1) Trabalha o corpo inteiro: nadar mexe com tudo, desde esculpir suas costas a tonificar seus braços – isso tudo sem precisar erguer peso. 
    Melhor do que ter um plano específico para cada musculatura, as batidas na água trabalham para fortalecer o corpo todo.
     
    2) Não prejudica as articulações: se você está se recuperando de uma lesão e está louca para voltar a malhar, considere uma rotina de natação para manter a forma. 
    Se correr é sua paixão, nadar é ótimo para recuperar o ritmo enquanto o joelhos estão machucados.

    3) Alonga os músculos: se você está preocupada em “levantar” tudo, então pense em nadar. O exercício combina resistência com exercícios aeróbicos, construindo músculos esguios e acelerando o metabolismo. Também coloca seu corpo em movimento, ajudando a musculatura a ficar mais flexível.

    4) É bom para quem tem asma: muitos portadores optam pela piscina para aliviar a asma. Isso porque nadar envolve exercícios em ar úmido, reduzindo os sintomas. E porque nadar requer algum controle sobre a respiração, também melhora a capacidade pulmonar.

    5) Não requer muito equipamento: você não precisa gastar centenas de reais para nadar. Tudo que você precisa é um maiô, uma touca e óculos de banho. 
    Mesmo que você queira turbinar o treino com outros materiais, eles não são muito caros e é provável que a academia os tenha.

    6) É ótimo para queimar calorias: uma hora de natação moderada pode queimar cerca de 500 calorias. Isso estimula o metabolismo, continuando a queimar gordura mesmo depois de você sair da raia.

    7) Tem muitas variações: os exercícios são infinitos quando estamos na piscina, além dos quatro movimentos básicos, dá para chutar, puxar ou até usar as bordas para fazer flexões!

    8) É uma forma de cross-training: evite os elípticos e as aulas de ginástica trocando a academia pela piscina. 
    Um treinamento de natação irá melhorar ainda mais sua performance nos aparelhos! 
    Quando estiver treinando para uma maratona ou outra competição, pular na piscina pode oferecer uma vantagem sobre os competidores.

    9) Maximiza os aeróbicos: nadar é a última moda em atividades aeróbicas. Tem mais controle respiratório do que corridas, e ainda aumenta a demanda por oxigênio, fazendo os músculos trabalharem mais. 
     Por causa disso, os resultados são mais rápidos.

    10) É refrescante: pular na piscina refresca! Você não precisa ser uma nadador profissional para colher os benefícios. 
    Divirta-se com isso, e aproveite enquanto está na água. 
    Na pior das hipóteses, você relaxa...

    quarta-feira, 30 de abril de 2014

    Esclerose Múltipla e a Natação


    A atividade física é uma forma de promover a saúde física e mental, desde que seja bem orientada e adaptada às nossas necessidades.

    A Esclerose Múltipla é uma doença desmielinizante que afeta adultos jovens e que pode ocorrer sob forma de surtos, onde, neste período, os sintomas poderão estar exacerbados.

    Os sintomas mais comuns são :
    • fraqueza,
    •  espasticidade, 
    • parestesia, 
    • dor, 
    • comprometimento de coordenação e equilíbrio,
    •  fadiga, 
    • disfunção vesical, 
    • alteração sexual 
    • e alteração visual.
    A fadiga é um dos sintomas mais comuns e difícil de ser tratada; 75 a 95% dos pacientes relatam sensação de cansaço físico ou mental profundo, perda de energia ou sensação de exaustão.
    É de fundamental importância que os pacientes mantenham uma atividade física habitual , a natação vem de encontro as necessidades do portador de Esclerose Múltipla, pois pode ter uma intesidade moderada e os impactos músculos esqueléticos  são menores doque em outras atividades dependendo do grau de comprometimento.
    Deve-se valorizar as manifestações clínicas presentes e, mais importante, com adaptação específica e adquirida através de técnicas para a realização da atividade física com o intuito de reabilitação, e conservação de energia, prevenindo-se uma exacerbação dos sintomas e fadiga.



     Esclerose Múltipla e Reabilitação

    Tratando-se de uma doença que potencialmente afeta várias funções neurológicas, a reabilitação para pacientes com Esclerose Múltipla, geralmente, é feita através de uma equipe multidisciplinar, constituída por: médico, fisioterapeuta (motora e respiratória), fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicólogo,nutricionista, educador físico e assistente social.
    Tendo  como seus objetivos:
    • manter ou aumentar as atividades funcionais, 
    • promover melhora na qualidade de vida; 
    • orientar e prevenir posturas viciosas e a utilização de órteses; 
    • estimular atividades físicas adaptadas 
    •  adaptações para facilitar as atividades de vida prática (cozinhar, lavar louça, dirigir, etc).

    A escolha da técnica deverá ser sempre discutida com o paciente, valorizando-se as manifestações clínicas, tais como:
    Fadiga:
     Os exercícios de relaxamento e alongamentos são mais indicados, sendo que exercícios aquáticos poderão trazer maiores benefícios;pois auxília no controle cardio respiratória e melhora do condicionamento físico geral.

    Fraqueza:
    Os exercícios de fortalecimento deverão ser realizados com cuidado para que o paciente não fatigue.
    Parestesia e Dor: 
     Massagem,Eletroterapia, Crioterapia e Hidroterapia.
     Dependendo da intensidade da dor, os recursos que venham promover uma analgesia mais rápida, como a crioterapia e ou a aplicação do T.E.N.S, seriam mais indicados para atuar como método auxiliar na fisioterapia.
    A massagem seria de total importância para analgesia, relaxamento e estimulação proprioceptiva (percepção do músculo e do movimento). A hidroterapia já atua com objetivo de analgesia e relaxamento;

    Ataxia (movimentos involuntários):
     Fisioterapia,Hidroterapia e Esporte Adaptado. A fisioterapia e a hidroterapia atuam no controle do movimento, equilíbrio, coordenação e treino de marcha e, se necessário, a utilização de bengala ou andador, dependendo da dificuldade do paciente.
    O esporte adaptado atua com o controle de movimento, concentração e ritmo;

    Espasticidade:
     O aumento de tônus muscular deverá ser adequado com relaxamento, controle do movimento com poucas repetições de exercícios e sem resistência ou carga e alongamentos; tanto na fisioterapia como na hidroterapia.

    Esclerose Múltipla e Temperatura
    Dentre os fatores desencadeadores de surto desmielinizante, relaciona-se exposição a alta temperatura. São freqüentes relatos de aparecimento de sintomas neurológicos deficitários durante banhos quentes.

    Hidroterapia e Esclerose Múltipla
    A Hidroterapia é um dos recursos da fisioterapia muito utilizado em pacientes neurológicos, a qual atua com os princípios físicos e hidrodinâmicos da água, a fim de facilitar, relaxar e aliviar sintomas como dor, espasticidade e espasmos, paralisias e parestesias, incoordenação e distúrbio de equilíbrio.
    A piscina poderá ser adaptada ou não, mas recomenda-se que tenha: piso anti-derrapante, borda revestida de borracha, profundidade em nível proporcional ao tamanho do paciente e temperatura entre 28° e 31° C.
    Os métodos utilizados deverão ser bem selecionados e, se necessário, poderão ser adaptados dependendo das dificuldades do paciente. Os mais utilizados são os relaxamentos aquáticos. O tempo de cada sessão dependerá a programação e da temperatura da água, mas não deverá ultrapassar de 1 hora/sessão.
    A terapia deverá ser conduzida por profissionais habilitados para as técnicas aquáticas, seguida de avaliações clínicas e fisioterapêuticas constantes e respeitando as queixas de fadiga e dor do paciente.
    Dentre as condições que contra-indicam a realização de hidroterapia destacam-se: infecção urinária, infecção dermatológica, incontinência urinária e ou fecal, paciente em surto ou pós-surto de desmielinização no sistema nervoso central.

    Benefícios da  Àgua:
    • A água favorece liberdade de movimento, alívio de dor e de peso, devido à flutuação.
    • A turbulência da água aumenta a percepção sensorial, favorecendo o equilíbrio, a coordenação e a marcha.
    • A pressão hidrostática favorece o retorno venoso, melhorando a circulação e também mantendo a capacidade respiratória.
    • A resistência da água ajuda no controle de movimentos involuntários.
    • O calor da água alivia a dor e favorece o relaxamento.
    • Os efeitos psicológicos que a água proporciona são: melhora da auto-estima, motivação, criatividade, imagem corporal e integração social.

    Natação:  
    A natação é indicada para todos os pacientes, mas deverá ser orientada por um profissional que conheça os principais sintomas e dificuldades de seu aluno, e que este profissional saiba adaptar a aula, se necessário.
    A temperatura da piscina não deverá ultrapassar os 28° C.
    O tempo poderá ser determinado pelo professor dependendo da fadiga do aluno.
    A competição deverá ser indicada para pacientes que não tenham fadiga.
    Hidroginástica: A hidroginástica deverá ser de baixo impacto e com intervalos de descanso entre um exercício e outro, acompanhada por um profissional que tenha orientação de um fisioterapeuta.
    A indicação é para pacientes que tenham coordenação e equilíbrio.
    A temperatura da piscina não deverá ultrapassar os 30° C.
    O tempo poderá ser de até 45 minutos, com relaxamentos no final da aula.

    Relaxamento Aquático
    Dentre as técnicas aplicadas, destacam-se:
    Watsu: é o Shiatsu adaptado à água, onde o paciente é levado a um relaxamento com alongamentos e movimentos suaves no colo do terapeuta, com temperatura da água de aproximadamente 36° C. Para pacientes com Esclerose Múltipla, a terapia deverá estar com temperatura de no máximo 32° C e com tempo de sessão diminuído.
    Ai – Chi: é a combinação de Tai-Chi e do Qigong. O Ai-Chi trabalha o alongamento e relaxamento progressivo do corpo, integrando mente, corpo e a energia espiritual. Indicado para melhora da coordenação, equilíbrio e postura. Pode ser aplicado em grupos ou individualmente. A temperatura da água deverá estar por volta de 30° C e deverão ser utilizados os movimentos mais básicos no início, para poder evoluir lentamente e com cuidado em relação à fadiga.

    Atividades que deveriam ser evitadas
    Musculação:
     Atividades com pesos levam à fadiga mais rapidamente, piorando ou levando à fadiga os pacientes que não tenham o sintoma.
    Corrida:
    A corrida poderá levar à fadiga, mas se o paciente não tiver o sintoma nem perda de equilíbrio, este, então, deverá ser sempre acompanhado e orientado por um fisioterapeuta.
    Aulas de Alto Impacto
    fora da água ou dentro da água: Deverão ser evitadas pela fadiga e elevação da temperatura corporal, também para prevenir desequilíbrios bruscos.
    Imersão em piscina ou tanques com água com temperatura acima de 32° C.

    Mitos frequentes sobre a esclerose múltipla
    Mito: Não existe cura para a EM, por isso não há nada a fazer.

    Fatos: 
    • Embora seja verdade que não existe cura para a EM, hoje em dia existem terapêuticas disponíveis para ajudar a controlar a EM e os sintomas associados à doença.  
    • As terapêuticas para tratar a EM são conhecidas como terapêuticas modificadoras da doença ou DMT (disease-modifying therapies).
    Mito: Nunca mais serei capaz de voltar a trabalhar ou realizar as tarefas do dia-a-dia
    Fatos:
    •  A maior parte dos doentes com EM consegue encontrar formas de impedir que a EM condicione aquilo que podem fazer ou não. 
    • A maioria continua a ser capaz de fazer as mesmas actividades de sempre e de executar as tarefas diárias. 
    • Claro que os efeitos da EM são diferentes para cada doente e o seu curso pode ser imprevisível.
    •  No entanto, se for uma pessoa proactiva, optimista e empenhada em enfrentar a sua doença.
    Mito: Mais cedo ou mais tarde irei ficar com um grau de incapacidade elevado.

    Fatos:
    • A EM é uma doença com tratamento, e a maioria dos doentes consegue controlá-la com recurso à terapêutica.
    •  Atualmente, existem muitas terapêuticas modificadoras da doença com ação comprovada no abrandamento da progressão da doença e na redução dos surtos. 
    • E provou-se que algumas terapêuticas atrasam a progressão da incapacidade e a necessidade de auxiliares de marcha em doentes com EM.
    •  É importante iniciar a terapêutica numa etapa precoce da doença e segui-la regularmente.
    Mito: As terapêuticas de EM são todas iguais.
    Fatos:
    •  Atualmente, existem várias terapêuticas disponíveis para a EM. 
    • A boa nova é que existe possibilidade de escolha, pelo que pode pesar as vantagens e desvantagens de cada uma das terapêuticas em conjunto com o seu médico, de forma a decidir qual delas satisfaz melhor as suas necessidades a longo prazo. I
    • nvestigue um pouco, determine as diferenças e não se esqueça de falar com o seu médico.
    Mito: Como a EM pode ter uma progressão lenta, não é necessário que comece já a tomar a medicação.
    Fatos:
    •  Os especialistas são unânimes em considerar que escolher e iniciar a terapêutica o mais cedo possível pode fazer uma grande diferença. 
    • A investigação mostra que algumas lesões da EM são irreversíveis, pelo que a sua identificação e tratamento na fase mais precoce possível é a melhor forma de atrasar a progressão da doença e reduzir o número de surtos e ataques. 
    • Apenas o doente, em conjunto com o médico, pode decidir qual a terapêutica mais adequada e qual o momento certo para a iniciar. 
    • No entanto, as investigações demonstram que, quanto mais cedo for iniciada a terapêutica, melhores são as perspectivas do doente.
    Mito: Tenho EM, por isso os meus filhos também irão ter a doença.
    Fatos:
    •  A EM não pertence à classe das doenças hereditárias, o que significa que a transmissão da doença aos seus filhos não é automática. 
    • No entanto, existem estudos que sugerem que os filhos de pais com EM têm uma maior probabilidade de desenvolver a doença. 
    • Se está grávida ou a pensar constituir família, fale com o seu médico, enfermeiros ou equipe médica. 
    Mito: A ocorrência de um surto significa que a medicação não está a funcionar.
    Fatos:
    • A EM é uma doença imprevisível, e os seus efeitos variam de doente para doente. Nalguns casos, os doentes não têm ataques ou surtos, enquanto noutros, estes poderão ocorrer de quando em quando. 
    • A melhor forma de seguir a sua EM e avaliar se o plano de tratamento está a funcionar é fazer exames regulares, como a ressonância magnética, e falar com o seu médico.
    Mito: A EM é uma doença fatal.
    Fatos:
    • Se analisarmos as estatísticas, a esperança de vida dos doentes com EM é sensivelmente igual à da população em geral. 
    • De fato, os doentes com EM têm os mesmos riscos da população geral em relação a cancro, doenças cardíacas e enfarte. A causa de morte dos doentes com EM raramente é apenas a EM.
    • Embora existam formas de EM que progridem rapidamente e que podem encurtar a vida do doente, tratam-se de formas raras da doença. 
    • Existem outras complicações como infecções e depressão grave que podem causar problemas, especialmente se não forem tratadas. 
    • No entanto, em termos gerais, os doentes vivem longas vidas, apesar da EM.
    Mito: A minha EM foi desencadeada por uma infecção.
    Fatos:
    • Apesar de estar identificada há mais de 150 anos, a EM continua a ser uma doença algo misteriosa.
    • A sua causa não é conhecida, embora existam vários fatores que parecem poder desempenhar um papel no seu aparecimento. 
    • Estes incluem a raça, etnia, factores genéticos e fatores ambientais. 
    • As mulheres têm maior probabilidade de desenvolver EM, tal como as populações com ascendência norte-europeia.
    • Alguns estudos sugerem que existem vírus, por exemplo, a papeira, o herpes e a varicela, que poderão contribuir para o desenvolvimento da EM, mas ainda não foi estabelecida uma ligação conclusiva a uma causa viral.


    Fonte: AquaBrasil
    Material elaborado pela equipe de Fisioterapeutas e Médicos do Setor de Doenças Neuromusculares UNIFESP-EPM
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