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quarta-feira, 30 de abril de 2014

Esclerose Múltipla e a Natação


A atividade física é uma forma de promover a saúde física e mental, desde que seja bem orientada e adaptada às nossas necessidades.

A Esclerose Múltipla é uma doença desmielinizante que afeta adultos jovens e que pode ocorrer sob forma de surtos, onde, neste período, os sintomas poderão estar exacerbados.

Os sintomas mais comuns são :
  • fraqueza,
  •  espasticidade, 
  • parestesia, 
  • dor, 
  • comprometimento de coordenação e equilíbrio,
  •  fadiga, 
  • disfunção vesical, 
  • alteração sexual 
  • e alteração visual.
A fadiga é um dos sintomas mais comuns e difícil de ser tratada; 75 a 95% dos pacientes relatam sensação de cansaço físico ou mental profundo, perda de energia ou sensação de exaustão.
É de fundamental importância que os pacientes mantenham uma atividade física habitual , a natação vem de encontro as necessidades do portador de Esclerose Múltipla, pois pode ter uma intesidade moderada e os impactos músculos esqueléticos  são menores doque em outras atividades dependendo do grau de comprometimento.
Deve-se valorizar as manifestações clínicas presentes e, mais importante, com adaptação específica e adquirida através de técnicas para a realização da atividade física com o intuito de reabilitação, e conservação de energia, prevenindo-se uma exacerbação dos sintomas e fadiga.



 Esclerose Múltipla e Reabilitação

Tratando-se de uma doença que potencialmente afeta várias funções neurológicas, a reabilitação para pacientes com Esclerose Múltipla, geralmente, é feita através de uma equipe multidisciplinar, constituída por: médico, fisioterapeuta (motora e respiratória), fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicólogo,nutricionista, educador físico e assistente social.
Tendo  como seus objetivos:
  • manter ou aumentar as atividades funcionais, 
  • promover melhora na qualidade de vida; 
  • orientar e prevenir posturas viciosas e a utilização de órteses; 
  • estimular atividades físicas adaptadas 
  •  adaptações para facilitar as atividades de vida prática (cozinhar, lavar louça, dirigir, etc).

A escolha da técnica deverá ser sempre discutida com o paciente, valorizando-se as manifestações clínicas, tais como:
Fadiga:
 Os exercícios de relaxamento e alongamentos são mais indicados, sendo que exercícios aquáticos poderão trazer maiores benefícios;pois auxília no controle cardio respiratória e melhora do condicionamento físico geral.

Fraqueza:
Os exercícios de fortalecimento deverão ser realizados com cuidado para que o paciente não fatigue.
Parestesia e Dor: 
 Massagem,Eletroterapia, Crioterapia e Hidroterapia.
 Dependendo da intensidade da dor, os recursos que venham promover uma analgesia mais rápida, como a crioterapia e ou a aplicação do T.E.N.S, seriam mais indicados para atuar como método auxiliar na fisioterapia.
A massagem seria de total importância para analgesia, relaxamento e estimulação proprioceptiva (percepção do músculo e do movimento). A hidroterapia já atua com objetivo de analgesia e relaxamento;

Ataxia (movimentos involuntários):
 Fisioterapia,Hidroterapia e Esporte Adaptado. A fisioterapia e a hidroterapia atuam no controle do movimento, equilíbrio, coordenação e treino de marcha e, se necessário, a utilização de bengala ou andador, dependendo da dificuldade do paciente.
O esporte adaptado atua com o controle de movimento, concentração e ritmo;

Espasticidade:
 O aumento de tônus muscular deverá ser adequado com relaxamento, controle do movimento com poucas repetições de exercícios e sem resistência ou carga e alongamentos; tanto na fisioterapia como na hidroterapia.

Esclerose Múltipla e Temperatura
Dentre os fatores desencadeadores de surto desmielinizante, relaciona-se exposição a alta temperatura. São freqüentes relatos de aparecimento de sintomas neurológicos deficitários durante banhos quentes.

Hidroterapia e Esclerose Múltipla
A Hidroterapia é um dos recursos da fisioterapia muito utilizado em pacientes neurológicos, a qual atua com os princípios físicos e hidrodinâmicos da água, a fim de facilitar, relaxar e aliviar sintomas como dor, espasticidade e espasmos, paralisias e parestesias, incoordenação e distúrbio de equilíbrio.
A piscina poderá ser adaptada ou não, mas recomenda-se que tenha: piso anti-derrapante, borda revestida de borracha, profundidade em nível proporcional ao tamanho do paciente e temperatura entre 28° e 31° C.
Os métodos utilizados deverão ser bem selecionados e, se necessário, poderão ser adaptados dependendo das dificuldades do paciente. Os mais utilizados são os relaxamentos aquáticos. O tempo de cada sessão dependerá a programação e da temperatura da água, mas não deverá ultrapassar de 1 hora/sessão.
A terapia deverá ser conduzida por profissionais habilitados para as técnicas aquáticas, seguida de avaliações clínicas e fisioterapêuticas constantes e respeitando as queixas de fadiga e dor do paciente.
Dentre as condições que contra-indicam a realização de hidroterapia destacam-se: infecção urinária, infecção dermatológica, incontinência urinária e ou fecal, paciente em surto ou pós-surto de desmielinização no sistema nervoso central.

Benefícios da  Àgua:
• A água favorece liberdade de movimento, alívio de dor e de peso, devido à flutuação.
• A turbulência da água aumenta a percepção sensorial, favorecendo o equilíbrio, a coordenação e a marcha.
• A pressão hidrostática favorece o retorno venoso, melhorando a circulação e também mantendo a capacidade respiratória.
• A resistência da água ajuda no controle de movimentos involuntários.
• O calor da água alivia a dor e favorece o relaxamento.
• Os efeitos psicológicos que a água proporciona são: melhora da auto-estima, motivação, criatividade, imagem corporal e integração social.

Natação:  
A natação é indicada para todos os pacientes, mas deverá ser orientada por um profissional que conheça os principais sintomas e dificuldades de seu aluno, e que este profissional saiba adaptar a aula, se necessário.
A temperatura da piscina não deverá ultrapassar os 28° C.
O tempo poderá ser determinado pelo professor dependendo da fadiga do aluno.
A competição deverá ser indicada para pacientes que não tenham fadiga.
Hidroginástica: A hidroginástica deverá ser de baixo impacto e com intervalos de descanso entre um exercício e outro, acompanhada por um profissional que tenha orientação de um fisioterapeuta.
A indicação é para pacientes que tenham coordenação e equilíbrio.
A temperatura da piscina não deverá ultrapassar os 30° C.
O tempo poderá ser de até 45 minutos, com relaxamentos no final da aula.

Relaxamento Aquático
Dentre as técnicas aplicadas, destacam-se:
Watsu: é o Shiatsu adaptado à água, onde o paciente é levado a um relaxamento com alongamentos e movimentos suaves no colo do terapeuta, com temperatura da água de aproximadamente 36° C. Para pacientes com Esclerose Múltipla, a terapia deverá estar com temperatura de no máximo 32° C e com tempo de sessão diminuído.
Ai – Chi: é a combinação de Tai-Chi e do Qigong. O Ai-Chi trabalha o alongamento e relaxamento progressivo do corpo, integrando mente, corpo e a energia espiritual. Indicado para melhora da coordenação, equilíbrio e postura. Pode ser aplicado em grupos ou individualmente. A temperatura da água deverá estar por volta de 30° C e deverão ser utilizados os movimentos mais básicos no início, para poder evoluir lentamente e com cuidado em relação à fadiga.

Atividades que deveriam ser evitadas
Musculação:
 Atividades com pesos levam à fadiga mais rapidamente, piorando ou levando à fadiga os pacientes que não tenham o sintoma.
Corrida:
A corrida poderá levar à fadiga, mas se o paciente não tiver o sintoma nem perda de equilíbrio, este, então, deverá ser sempre acompanhado e orientado por um fisioterapeuta.
Aulas de Alto Impacto
fora da água ou dentro da água: Deverão ser evitadas pela fadiga e elevação da temperatura corporal, também para prevenir desequilíbrios bruscos.
Imersão em piscina ou tanques com água com temperatura acima de 32° C.

Mitos frequentes sobre a esclerose múltipla
Mito: Não existe cura para a EM, por isso não há nada a fazer.

Fatos: 
  • Embora seja verdade que não existe cura para a EM, hoje em dia existem terapêuticas disponíveis para ajudar a controlar a EM e os sintomas associados à doença.  
  • As terapêuticas para tratar a EM são conhecidas como terapêuticas modificadoras da doença ou DMT (disease-modifying therapies).
Mito: Nunca mais serei capaz de voltar a trabalhar ou realizar as tarefas do dia-a-dia
Fatos:
  •  A maior parte dos doentes com EM consegue encontrar formas de impedir que a EM condicione aquilo que podem fazer ou não. 
  • A maioria continua a ser capaz de fazer as mesmas actividades de sempre e de executar as tarefas diárias. 
  • Claro que os efeitos da EM são diferentes para cada doente e o seu curso pode ser imprevisível.
  •  No entanto, se for uma pessoa proactiva, optimista e empenhada em enfrentar a sua doença.
Mito: Mais cedo ou mais tarde irei ficar com um grau de incapacidade elevado.

Fatos:
  • A EM é uma doença com tratamento, e a maioria dos doentes consegue controlá-la com recurso à terapêutica.
  •  Atualmente, existem muitas terapêuticas modificadoras da doença com ação comprovada no abrandamento da progressão da doença e na redução dos surtos. 
  • E provou-se que algumas terapêuticas atrasam a progressão da incapacidade e a necessidade de auxiliares de marcha em doentes com EM.
  •  É importante iniciar a terapêutica numa etapa precoce da doença e segui-la regularmente.
Mito: As terapêuticas de EM são todas iguais.
Fatos:
  •  Atualmente, existem várias terapêuticas disponíveis para a EM. 
  • A boa nova é que existe possibilidade de escolha, pelo que pode pesar as vantagens e desvantagens de cada uma das terapêuticas em conjunto com o seu médico, de forma a decidir qual delas satisfaz melhor as suas necessidades a longo prazo. I
  • nvestigue um pouco, determine as diferenças e não se esqueça de falar com o seu médico.
Mito: Como a EM pode ter uma progressão lenta, não é necessário que comece já a tomar a medicação.
Fatos:
  •  Os especialistas são unânimes em considerar que escolher e iniciar a terapêutica o mais cedo possível pode fazer uma grande diferença. 
  • A investigação mostra que algumas lesões da EM são irreversíveis, pelo que a sua identificação e tratamento na fase mais precoce possível é a melhor forma de atrasar a progressão da doença e reduzir o número de surtos e ataques. 
  • Apenas o doente, em conjunto com o médico, pode decidir qual a terapêutica mais adequada e qual o momento certo para a iniciar. 
  • No entanto, as investigações demonstram que, quanto mais cedo for iniciada a terapêutica, melhores são as perspectivas do doente.
Mito: Tenho EM, por isso os meus filhos também irão ter a doença.
Fatos:
  •  A EM não pertence à classe das doenças hereditárias, o que significa que a transmissão da doença aos seus filhos não é automática. 
  • No entanto, existem estudos que sugerem que os filhos de pais com EM têm uma maior probabilidade de desenvolver a doença. 
  • Se está grávida ou a pensar constituir família, fale com o seu médico, enfermeiros ou equipe médica. 
Mito: A ocorrência de um surto significa que a medicação não está a funcionar.
Fatos:
  • A EM é uma doença imprevisível, e os seus efeitos variam de doente para doente. Nalguns casos, os doentes não têm ataques ou surtos, enquanto noutros, estes poderão ocorrer de quando em quando. 
  • A melhor forma de seguir a sua EM e avaliar se o plano de tratamento está a funcionar é fazer exames regulares, como a ressonância magnética, e falar com o seu médico.
Mito: A EM é uma doença fatal.
Fatos:
  • Se analisarmos as estatísticas, a esperança de vida dos doentes com EM é sensivelmente igual à da população em geral. 
  • De fato, os doentes com EM têm os mesmos riscos da população geral em relação a cancro, doenças cardíacas e enfarte. A causa de morte dos doentes com EM raramente é apenas a EM.
  • Embora existam formas de EM que progridem rapidamente e que podem encurtar a vida do doente, tratam-se de formas raras da doença. 
  • Existem outras complicações como infecções e depressão grave que podem causar problemas, especialmente se não forem tratadas. 
  • No entanto, em termos gerais, os doentes vivem longas vidas, apesar da EM.
Mito: A minha EM foi desencadeada por uma infecção.
Fatos:
  • Apesar de estar identificada há mais de 150 anos, a EM continua a ser uma doença algo misteriosa.
  • A sua causa não é conhecida, embora existam vários fatores que parecem poder desempenhar um papel no seu aparecimento. 
  • Estes incluem a raça, etnia, factores genéticos e fatores ambientais. 
  • As mulheres têm maior probabilidade de desenvolver EM, tal como as populações com ascendência norte-europeia.
  • Alguns estudos sugerem que existem vírus, por exemplo, a papeira, o herpes e a varicela, que poderão contribuir para o desenvolvimento da EM, mas ainda não foi estabelecida uma ligação conclusiva a uma causa viral.


Fonte: AquaBrasil
Material elaborado pela equipe de Fisioterapeutas e Médicos do Setor de Doenças Neuromusculares UNIFESP-EPM
 1. Isaksson A-K, Ashlström G. From symptom to diagnosis: illness experiences of multiple sclerosis patients. J Neurosci Nurs. 2006;38:229-237.
2. Healthy living with multiple sclerosis. Web Site da National Multiple Sclerosis Society. http://nmss.org/living-with-multiple-sclerosis/healthy-living/index.aspx. Acedido a 11 de Fevereiro de 2011.
3. Heesen C, Shäffler N, Kasper J, Mühlhauser I, Köpke S. Suspected multiple sclerosis: What to do? Evaluation of a patient information leaflet. Mult Scler. 2009;15:1103-1112.
4. Lövblad K-O, Anzalone N, Döfler A, et al. MR imaging in multiple sclerosis: review and recommendations for current practice. Am J Neuroradiol. 2010;31:983-989.
5. National Clinical Advisory Board of the National Multiple Sclerosis Society: Treatment Recommendations for Physicians. Expert Opinion Paper: Disease management consensus statement. National Multiple Sclerosis Society: Nova Iorque, NY; 2007.
6. Who gets Multiple Sclerosis? Web Site da National Multiple Sclerosis Society. http://www.nationalmssociety.org/about-multiple-sclerosis/what-we-know-about-ms/who-gets-ms/index.aspx. Acedido a 11 de Fevereiro de 2011.
7. Dangond F. Multiple sclerosis. Web site da Medscape. http://emedicine.medscape.com/article/1146199-overview. Acedido a 11 de Fevereiro de 2011.
8. Rolak LA. The History of MS. National Multiple Sclerosis Society: Nova Iorque, NY; 2009.
9. A to Z of MS Causes of MS. Web site da MS Trust. http://www.mstrust.org.uk/atoz/cause.jsp. Acedido a 11 de Fevereiro de 2011.

terça-feira, 29 de abril de 2014

condromalácia


Condromalácia é uma degeneração da superfície da cartilagem localizada na parte posterior da rótula resultado da fricção do côndilo femoral na mesma, ou pelo crescimento anormal da cartilagem.  
Também chamado de "joelho de corredor", pois é muito comum entre os corredores no atletismo (Dryburgh, 1988).
  • Condição, resultante de desgaste, que se sofreu especialmente em crianças e adolescentes que cresceram rapidamente num curto espaço de tempo, atletas e pessoas sedentárias que a tensão da articulação do joelho e pessoas com músculos extensores do joelho com deficite de força, como nos quadríceps. 
    • Mais comum em mulheres que em homens (Haspl et al, 2001).
  • Sintomas externos são ranger ou sensação de moagem, quando o joelho é estendido e dor na parte da frente do joelho (o que é pior depois de se sentar por longos períodos ou subir escadas (DeHaven, 1980). Também pode ser acompanhado por crackling ou popping ao toque (Shahady e Petrizzi, 2004).
Quando o joelho está em um ângulo de 90 º de flexão é quando a patela, conseqüentemente, sofrem mais desgaste. 
 Não é na extensão total ou flexão completa que se verifica maior compressão contra o apófise femoral como nesta posição em que o tendão do quadríceps absorve a carga entre o trocânter femoral (Hans-Uwe Hinrichs, 1999).
Condroma
Figura 1. A imagem é observada como na posição sentada (joelho de 90 graus), há uma erosão da cartilagem que está localizado a apenas atrás da rótula. Isto causa dor e encaixando no joelho em ações como em pé ou andando (ADAM, 2008).
Mas há sempre o resultado de desgaste e esforço em ângulos de flexão. 
 Às vezes, é porque
1. Desequilíbrio entre vasto medial e vasto lateral, o que faz com que o joelho rode para dentro, a rotula em movimento e, finalmente, desencadeia o desgaste.
2. Outra causa é devido a ancas largas, tendo o sujeito que rodar o fêmur para dentro, para andar com os pés alinhados, causando o deslocamento da patela. E assim, por sua vez maior desgaste da cartilagem. A condromalácia é mais comum em mulheres que em homens.

Reabilitação da condromalácia patelar
A origem da condromalácia é o enfraquecimento dos músculos extensores do joelho (Haspl et al, 2001).  
No início dos anos 80 em academias convencionais, a recuperação conseguia-se trabalhando os músculos com exercícios isométricos, mantendo um ângulo do joelho por um determinado tempo e uma carga adicional com excesso de peso (Zentralbl Chir, 1983).
Mas o avanço da eletrônica e tecnologia da informação faz com que hoje as máquinas isocinéticas são as mais recomendadas (Figura 2). 
 Estas máquinas são capazes de contração muscular tem a mesma intensidade, independentemente do ângulo do joelho. 
 Assim, ganha força em todos os ângulos do mesmo movimento.
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Figura 2 . Máquina isocinético extensor do joelho
Isto é demonstrado em diversos estudos que trabalharam com ganhos de força isocinética em pessoas com essa síndrome, como Hazneci et al. (2005) que determina a progressão de intensidade em velocidades angulares: 
Nos primeiros dias de reabilitação: baixa velocidades angulares (60 graus por segundo) e no final da recuperação: alta velocidade (180 graus por segundo).
Também recomendou exercícios proprioceptivos para as articulações da anca, joelho e tornozelo por parte do terapeuta (Lowry, Cleland & Dyke, 2008). Na mesma linha, Brukner (2006) demonstra, através de testes de ressonância magnética, que alem de problemas no joelho, também problemas que afetam as costas e anca, e desalinhamento de membros e descompensação muscular.
Um estudo muito interessante feito por Stathopulu e Baildam em 2003, acompanhou as 22 pessoas que tinham condromalácia patelar com idades entre (4-18 anos), considerando que das 22 pessoas: 8 continuou com problemas diários irritantes, 2 semanais e 10 às vezes. Apenas 2 pessoas neste estudo disseram não terem tido mais aborrecimentos.
Talvez esse estudo deveria ter sido feito em uma grande população de pessoas com essa síndrome, e não tão poucos.  
Mas esses dados nao devem ser tomados com ceticismo, pois vamos mostrar que em muitos casos, a recuperação é inteiramente satisfatória. 
 Isto é de importância vital na recuperação do paciente.
Quanto à cirurgia, num relatório de Haven, Dolan & Mayer (2003) nas suas pesquisas, apenas 8 em cada 100 pacientes necessitaram de intervenção cirúrgica. 
 Este autor refere-se àqueles pacientes apareceram na consulta com problemas, e que agora não tem problemas.


Condromalácia e exercício
Aqueles que sofrem esta lesão, vão para um ginásio indicado por um especialista hospitalar ou um centro de fisioterapia.  
Muitos desses pacientes eram atletas ativos que não conseguem realizar seu esporte para se recuperar desta doença. 
 Mas é possível realizar este tipo de treino fora da fisioterapia ou hospital, tendo em mente certas considerações.
Uma das primeiras considerações a ter em mente é que o exercício tem de visar a população em geral, especialmente as pessoas com condromalácia, é um exercício que deve ser saudável .  
Equilibrado em termos de músculos agonistas e antagonistas funcionou.
Seguintes Professor Manuel López Becerro (2000): "Qualquer programa de exercícios físicos que objective ganho de saude, deve consistir de tonificação, alongamento e atividades cardiovasculares."
Então, vamos mostrar o que seria uma proposta para o exercício saudável para pacientes com condromalácia patelar, reunidos estes três campos.
Na natação o maior inimigo da condromalácia é o nado de peito, especificamente devido a pernada na qual há maior exigência articular.
Porém basta adaptar o nado e ajustar o angulo do movimento.


Tonificação
Na sala de musculação. 
 Fortalecimento da parte superior do corpo e fáscia abdominal (músculos lombares e abdominais) de acordo com métodos e sistemas utilizados por outras pessoas.  
Treino padronizado.
No caso da parte inferior do corpo:
A. Quadríceps máquina. 
 ATENÇÃO: Não iniciar o exercício do "bottom", como fazem outros usuários do ginásio. Ele colocou a máquina para iniciar o exercício de extensão, com o joelho em extensão quase completa. Faça a contração isométrica por 15 segundos. 3 x sessão. 1 minuto entre as séries. Progressão quinzenal. Semanal: 3 dias / semana. (Figura 4).
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Figura 4 . Contração isométrica do quadríceps. O exercício começa quase em extensão completa
B. Quadríceps máquina. A máquina será colocada na mesma posição como na figura anterior (Figura 4). Haverá deslocamento de 10° para extensão completa.  
No final, o joelho é girado para dentro, para ativar o vasto medial. 3 x 12 repetições. Um minuto de descanso entre as séries. Aumento progressão quinzenal. Semanal: 3 dias / semana.
C. Isquiotibiais máquina (Figura 5). Realizar uma flexão isométrica de joelho de apenas 5 seg., 3 x 12 repetições. Um minuto de descanso entre as séries. 
 Aumento progressivo quinzenal. Semanal: 3 dias / semana.  
Quando se sentir melhor, pode ir progredindo ate aos 10º de flexão.
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Figura 5 . Contração isométrica dos músculos isquiotibiais. 
 O exercício começa quase em extensão completa
Nota: É comum nos atletas com condromalácia usarem uma banda elastica no joelho, a patela (um tipo de luva neoprene no joelho com um furo no centro para libertar a rótula).  
Este tipo de protetor é muito útil para andar, e também para treinamento de força na academia.  
Um estudo realizado por Van Tiggele et al.(2005) comprova isso. 167 soldados belgas divididos em grupo controle, sem nenhum tipo de protetor, e outro grupo experimental com protetor de rotula, após seis semanas de treinamento intenso começaram a surgir problemas no joelho em indivíduos que não usavam protetores. Portanto, parece que o uso desses protetores de colocar a rotula no lugar é vantajoso.

Na piscina .
  Faça crawl com frutuador entre as pernas (Figura 6). 
 Dessa forma, não irá dobrar o joelho, os músculos vão estar trabalhando de forma isométrica e consegue-se o objectivo de melhorar a qualidade e resistência cardio-pulmonar. 
 Comece com uma série de 25 metros, alternando os dois estilos mencionados acima, de migração gradual para séries mais longas e maior volume de metros em cada treino. 
 Vocês devem ter freqüência cardíaca ea intensidade do exercício aquático nunca deve exceder 85% sua freqüência cardíaca máxima (Lopez, 2007).
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Figura 6 . Natação não exerce qualquer ação da parte inferior
Flexibilidade
Exercite todos os músculos envolvidos em cada sessão de treino. Assim, quando o treino é feito em sala de pesos e piscinas. 
É vital a felxibilização de músculos como o femoral, isquiotibiais e quadríceps, não se esqueça do tríceps sural, adutores, quadrado lombar.
É importante lembrar que um desequilíbrio entre a flexibilidade de um agonista e antagonista pode levar-nos de volta à assimetria e, portanto, ao desalinhamento da rótula.
Alongamento deve ser feito tambem no final da sessão. 
Manutenção da posição durante 20 segundos. Se alguém ajudar , melhor. Você vai notar melhorias em menos tempo.
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Figura 7. genéricos exercícios de alongamento

Treino livre
No caso em que o joelho foi reforçado e a cartilagem foi regenerada pela ação farmacológica, o atleta pode participar em atividades físicas que não estão relacionados com a reabilitação, que já falamos.
Um fator importante é a perda de peso através de treinamento aeróbico na piscina. Isso fará com que haja menos stress sobre a rotula. 
A dieta também tem um papel importante neste processo (Zhelyazkov, 2001).
Atividades gratuitas que você pode fazer, uma vez que você se sentir melhor, e se o seu médico julgar conveniente podem ser:
Andar, correr (em superfície macia), ciclismo (aumentando a altura do selim um pouco para evitar a flexão do joelho e usar excessiva força ao pedal , golf, patins em linha ... e todos aquelas atividades que não envolvem stress e pressão para a rótula.
Por outro lado terá que fugir de todas aquelas atividades que requerem forte ação do quadríceps e isquiotibiais, e onde há mudanças de direção e / ou travagem brusca, futebol de salão, basquetebol, esqui, squash, tênis, paddle, ... 
Se o atleta com condromalácia decidir realizar essas atividades, é aconselhável fazê-lo com a frequência mínima semanal, eu continuei com as atividades físicas acima aconselhadas para fortalecer o joelho (Chicharro Lopez, 2006).
Como mencionado acima, esta é apenas uma proposta que deve ser ajustada à sua atividade profissional e / ou medicina do esporte para as características dos pacientes de acordo com sua aptidão, idade, outras doenças, etc ... Mas, em no entanto, ela abre possibilidades para uma recuperação da condição fisica que, em muitos casos provocou o abandono da atividade física.

Bibliografia
· Becerro, M. (2000). Atividade física e saúde para o desafio do século XXI. In: Congresso Internacional de Educação Física. Jerez. ISBN: 84-431233-6-6.
· Brukner PD, Crossley KM, Morris H, Bartold SJ, Elliott B. (2006). Avanços recentes na medicina esportiva. Med J Aust . 20 de fevereiro, 184 (4) :188-93.
· DeHaven KE, Dolan WA, Mayer PJ (2003). Condromalácia patelar do joelho e dolorosa. Am Fam Physician . Jan, 21 (1) :117-24.
· Diaz, Petit, J. Carril De Sande, M. ª L., Gabriel Serra, M. ª R. (2003). fisioterapia em traumatologia, ortopedia e reumatologia . Ed: Springer-Verlag Ibérica.
· Dryburgh, DR (1988). Condromalácia patelar. In: Jornal Teoria Fisiologia Manipulativa . Junho, 11 (3) :214-7.
· Hans-Uwe Hinrichs (1999). lesões esportivas. Prevenção, primeiros socorros, diagnóstico e reabilitação . Ed: Hispânico-europeu.
· Haspl M-Simunjak Dubravcić S, Bojanic I, Pecina M. (2001). Dor no joelho anterior associado com esportes e trabalho. In: Arh Hig Rada Toksikol . Dez, 52 (4) :441-9
· Hazneci B, Yildiz Y, Sekir U, T Aydin, Kalyon TA. (2004). Eficácia do exercício isocinético no senso de posição articular e força muscular na síndrome de dor femoropatelar. In: Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc . Setembro, 12 (5) :434-9. Epub 2004 03 de abril
· Chicharro Lopez, J. Vaquero & Fernández, A. (2006). Fisiologia do Exercício . Ed: Panamericana.
· Shahady, J. Edward e Petrizzi, Michael J. (2004). Sports Medicine para técnicos, treinadores e monitores . Ed: octaedro.
· Lowry CD, Cleland JA, K Dyke, de 2008. Manejo de pacientes com síndrome de dor femoropatelar uma abordagem multimodal usando:. Uma série de casos J Orthop Sports Phys Ther . Novembro, 38 (11) :691-702.
· Stathopulu E, Baildam E. . (2003) a dor do joelho Anterior: a longo prazo follow-up.1: Reumatologia (Oxford). Fevereiro, 42 (2) :380-2
· Van Tiggele D, E Witvrouw, Roget P, D Cambier, Danneels L, R Verdonk (2005) Efeito do uso da órtese sobre a prevenção da dor anterior do joelho -. Um estudo prospectivo e randomizado Am J Phys Med Rehabil . Julho, 84 (7) :521-7
· Zentralbl Chir. (1983) Conceitos atuais da etiologia da condromalácia patelar e tratamento . 108 (19) :1204-10.
· Zhelyazkov, T. (2001). Fundamentos do treinamento atlético . Paidotribo Ed.

domingo, 27 de abril de 2014

Malhação na menopausa: conheça os melhores exercícios para essa fase. Adivinha? Natação


Especialistas apontam as atividades ideais para fortalecer o esqueleto e blindar o coração durante o climatério - até os fogachos podem sair de cena.

Para os experts, não há dúvidas: a prática regular de atividade física no climatério (período caracterizado por alterações hormonais que culminam na última menstruação) pode evitar, ou ao menos atenuar, a evolução de problemas capazes de colocar a saúde da mulher em risco. Por causa do déficit de estrogênio, o hormônio que os ovários param de produzir nessa fase, o calorão dos fogachos e as variações de humor e disposição dão as caras.
Além disso, há uma propensão muito maior a males como diabete, osteoporose e doenças do coração. 
E não faltam estudos que comprovem os benefícios de uma vida ativa para afastar essas encrencas. "A prática regular e orientada de exercícios é indicada em qualquer fase da vida. No entanto, quanto antes ela for adotada, melhor para a saúde da mulher", reconhece o preparador físico e doutor em ciências da motricidade Ricardo José Gomes, da Universidade Federal de São Paulo.

Alívio nas ondas de calor
Um trabalho da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos, sugere que 30 minutos diários de atividade física amenizam os calores da menopausa. 
Ainda não se sabe quais são os mecanismos por trás dos fogachos, mas o fato é que as mulheres que participaram da pesquisa reportaram uma melhora considerável depois de malhar. “
O exercício também modula o humor e reduz o estresse, outros fatores ligados ao aparecimento das ondas de calor", diz Steriani Elavsky, especialista em ciência dos movimentos e uma das autoras da pesquisa.


Saiba quais são as melhores modalidades para quem está no climatério



Consulte um médico para saber qual atividade é mais apropriada para você.
1. Hidroginástica
Amiga do coração, só peca por um fator: falta de impacto, essencial para a prevenção da osteoporose. Por isso, tem de ser combinada a outros esportes. Ou utilizar sobrecarga de equipamentos como halteres e caneleiras.
2. Natação 
Nesta atividade os braços e as pernas se movimentam de forma cíclica e contínua, o que leva ao aumento da frequência cardíaca e respiratória.
Auxiliam na queima de gordura, ajudando a eliminar os quilos extras. 
São responsáveis por aumentar o pique, já que fortalecem a capacidade pulmonar, elevando a resistência à fadiga.
Ajudam a diminuir o estresse e a ansiedade, melhoram a qualidade do sono e o humor (devido ao aumento da produção do neurotransmissor serotonina) e fortalecem o sistema imunológico e o sistema cardiorrespiratório.
 
3. Caminhada
É a queridinha dos especialistas, sobretudo por não exigir demais do organismo. Pratique de três a seis vezes por semana, durante, no mínimo, 30 minutos.

4. Dança
Jazz, dança contemporânea, de salão... Não importa o tipo. Rodopie na pista de duas a cinco vezes por semana, durante, pelo menos, 30 minutos.
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5. Musculação
Deve ser feita de duas a três vezes por semana e, de preferência, associada a um exercício aeróbico, como corrida ou natação. Carga e intensidade variam caso a caso.


Os efeitos dos exercícios em cada parte do corpo durante a menopausa


Se a menopausa desregula, os exercícios ajudam a equilibrar.

1. Músculos
Com o passar dos anos, a mulher perde muita massa magra. Fortalecer a musculatura ao redor do joelho, por exemplo, é essencial para manter o equilíbrio e evitar quedas.

2. Cérebro
Exercitar-se regularmente auxilia na regulação dos sistemas cerebrais que a depressão desbalança. Melhora, entre outras coisas, a comunicação entre as células nervosas.

3. Coração
A deficiência de hormônios femininos é responsável por aumentar o risco de infartos. Invista em exercícios aeróbicos para prevenir o surgimento de placas nas artérias que irrigam o músculo cardíaco.

4. Abdômen
A falta do hormônio estrogênio tem sua parcela de culpa, mas o sedentarismo é um dos maiores vilões no quesito barriga. Mexer o corpo é o melhor remédio.

5. Pâncreas
Combinar musculação e modalidades aeróbicas dá uma santa ajuda no controle da glicose no sangue porque bota a insulina para trabalhar - daí seu efeito antidiabete.

6. Ossos
As atividades físicas de impacto estimulam a formação de células ósseas. Assim, o esqueleto se mantém menos poroso e mais resistente, ou seja, livre da osteoporose.

7. Vasos
Sem o estrogênio - de novo! - , a pressão arterial tende a subir. Caminhada, natação e ciclismo aumentam a flexibilidade dos vasos e evitam complicações nas pernas, no coração, no cérebro...

O ideal é combinar
 
 Para quem quer realizar um programa completo de exercícios, o indicado é praticar tanto as atividades aeróbicas quanto as anaeróbicas. Assim, é possível melhorar a resistência cardiorrespiratória, fortalecer a musculatura e prevenir a perda de massa muscular e óssea. E para um treino saudável, lembre-se de caprichar no alongamento antes e depois dos exercícios, que melhora a flexibilidade muscular e evita lesões.
 
A orientação e o acompanhamento de um profissional são sempre recomendáveis
 
Algumas dicas fazem a diferença:
1. Comece a praticar atividades físicas para prevenir o ganho de peso típico da menopausa – de 3 a 5 quilos. Flutuações hormonais podem contribuir para esse aumento. “É mais difícil de prevenir ou perder aqueles quilinhos a mais se você esperar até a menopausa para começar um programa de exercícios.”
2. Inicie um programa de fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico, como exercícios de Kegel – série de exercícios criada nos anos 40 para prevenir problemas como a incontinência urinária – e não apenas do abdômen, das coxas ou das nádegas.
3. Faça exercícios de levantamento de pesos para manter os ossos fortes e reduzir o risco de fraturas. É prudente buscar orientação específica para adequar o tipo e a carga de exercícios mais adequada para você.
4. Desafie seu cérebro com exercícios de memória, palavras cruzadas e outros tipos de jogos de raciocínio – isso pode ajudar a diminuir o risco de perda de memória durante a menopausa.
5. Desenvolva e mantenha bons hábitos de sono, a fim de combater potenciais problemas de sono causados por quedas nos níveis de estrogênio.
6. Tente dormir o suficiente – falta de sono em si pode contribuir para a confusão mental e baixa libido, problemas frequentemente associados à menopausa.
7. Pondere com seu médico o uso de um creme tópico de estrogênio para ajudar a tratar a secura vaginal. A prática regular de sexo também aumenta o desejo sexual e faz com que a lubrificação aumente.
8. Faça todos os exames anuais recomendados pelo médico, incluindo controle de glicemia, colesterol, vitamina D e cálcio, bem como mamografias e exames pélvicos. Os resultados de uma colonoscopia feita aos 50 anos irão determinar a frequência de colonoscopias futuro.
9. Não negligencie seus dentes. Escove-os duas vezes ao dia e use fio dental diariamente para ajudar a prevenir a doença periodontal (inflamação das gengivas) – ela pode afetar sua saúde cardiovascular.
10. Limite o consumo de alimentos industrializados e mantenha uma dieta rica em verduras e em gorduras saudáveis como a do salmão, do abacate e do azeite de oliva. Consumi-las ajuda a manter os cabelos e a pele saudáveis.
11. Mulheres em pré-menopausa devem consumir de 1.000 a 1.200 miligramas de cálcio por dia (os especialistas recomendam tomar o cálcio em duas ou três doses menores ao longo do dia) e em pós-menopausa devem tomar 1.500 mg de cálcio por dia e 500 mg de magnésio e vitamina D, para a absorção máxima do cálcio ingerido.
12. Discuta com o médico os prós e contras do uso da terapia de reposição hormonal. Ela não é recomendada para mulheres em situação de risco para câncer de mama, trombose ou doença cardíaca.
 

Aos 90, Nora Rónai comenta recorde de natação: ‘Eu nasci já sabendo nadar’

Nadadora conta que o talento para natação é herança de família

Nora Rónai participa do Programa do Jô desta sexta-feira (Foto: TV Globo/Programa do Jô)Nora Rónai participa do Programa do Jô desta sexta-feira (Foto: TV Globo/Programa do Jô)
No Programa do Jô da sexta-feira, 25/04, o apresentador Jô Soares entrevistou Nora Rónai, que tem 90 anos e acaba de bater um recorde de natação na categoria Masters 90 a 94 anos. “A minha mãe dizia que eu nasci já sabendo nadar”, contou.
Segundo Nora, o talento para a natação é herança de família, já que sua mãe era uma exímia nadadora.
“Minha mãe era uma tremenda nadadora, que se fosse hoje, seria campeã mundial certamente”, comentou.
Durante a entrevista, Nora falou sobre a infância, a história da família e a perseguição dos nazistas e fascistas aos judeus italianos.
Ela contou que foi perseguida por uma professora sem saber a razão e que, após o início da Segunda Guerra Mundial teve que estudar escondida, porque as crianças judias eram proibidas de frequentar a escola.
A nadadora também contou como foi a vinda de sua família para o Brasil, em um navio de carga, onde quebrou o braço e perdeu a chegada ao Rio de Janeiro. Aqui, Nora conheceu o escritor, tradutor e crítico Paulo Rónai, com quem se casou e teve as filhas Laura e Cora.

Eliminatória puxada promete final de tirar o fôlego nos 50m borboleta no Maria Lenk


Cielo, Nicholas Santos, Marcelo Chierighini e Felipe Martins nadaram abaixo do índice

Cielo fez o segundo melhor tempo das eliminatórias - Satiro Sodré/CBDA
As finais da penúltima etapa do Troféu Maria Lenk 2014, nesta sexta-feira, a partir das 17h, no Parque Aquático do Ibirapuera, reservam mais uma prova de tirar o fôlego.
 Com quarto atletas nadando abaixo do íncide para o Pan-Pacífico, em agosto, os 50m borboleta teve emocionantes baterias eliminatórias.

Na prova em que Cesar Cielo é bicampeão mundial, Nicholas Santos, da Unisanta, foi o melhor (23s50). Cesar veio em seguida, com 23s81. Marcelo Chierighini, do Pinheiros, foi o terceiro (23s85) e Felipe Martins, do Minas Tênis, o quarto (23s89).

- Esse campeonato é muito puxado. Eu nado quatro provas, três revezamentos. Segurei um pouquinho. Vamos ver o que consigo fazer à tarde. Espero abaixar os 22s95 que fiz no Open do ano passado e ficar entre os melhores do mundo - disse Nicholas.

Cielo, por sua vez, enalteceu o alto nível da prova e afirmou que não dá para saber o que acontecerá à tarde, na grande final.

- Deu pra dar uma segurada bacana no final. Uma controlada boa. Não sei bem o que esperar. Vou tentar ficar otimista à tarde. Nadar abaixo de 23 segundos seria um objetivo bem bacana. Apesar de não ser uma prova olímpica, temos uma prova com nível internacional, comparando com qualquer país do mundo que tenha quatro ou cinco por provas. Temos que transferir isso para algumas provas ainda - explicou Cielo.

Na prova feminina dos 50m borboleta, Daniele Paoli de Jesus, do Pinheiros, fez 23s87e acabou ficando a quatro centésimos do índice, 26s83.

Katinka Hossú, do Corinthians, mais uma vez sobrou. Ela nadou a segunda prova em que é campeã mundial (200m medley) em 2m10s87, e bateu o recorde de campeonato que Kirsty Coventry superou quando nadou pelo Minas Tênis, em 2011 (2m11s36). O tempo representa recorde sul-americano e seu clube ganhará o bônus equivalente ao recorde. A primeira brasileira na prova depois de Katinka foi Nathalia Almeida, do Flamengo, com o tempo de 2m20s61.

Thiago Pereira, do Sesi-SP, se poupou nas eliminatórias dos 200m medley. Mesmo assim, fez o melhor tempo (2m04s73).

- O tempo foi bom para se classificar bem e a tarde dá para buscar mais. Hoje estava bem frio de manhã e isto dificulta para nós. Mas, me senti bem a vontade na prova, principalmente com o borboleta, mesmo não sabendo ainda as minhas parciais. Apesar de não estar com tempo ideal, eu procuro ficar bem aquecido antes para na hora da piscina conseguir tirar o melhor - disse Thiago.

Nos 400m livre, Bruna Primati, do Sesi-SP, cravou o melhor tempo com 4m21s18. No masculino, Leonardo de Deus, do Corinthians, saiu na frente (3m52s69), com Miguel Valente, do Minas Tênis, em segundo (3m54s89).

Corinthians é campeão do Brasileiro.... de Natação após 48 anos

Após 48 anos de jejum, o Corinthians voltou a conquistar o Campeonato Brasileiro Absoluto de Natação. 
Neste sábado, a equipe paulista venceu o Troféu Maria Lenk, no parque aquático do Ibirapuera, em São Paulo, deixando para trás o Minas Tênis Clube, que era o atual campeão, e o Pinheiros. 
No total, o clube do Parque São Jorge somou 2.875,50 pontos, contra 1.990,50 dos mineiros e 1.730 do rival paulista. 
O Corinthians foi campeão pela primeira vez em 1962
Depois, voltou a erguer o troféu em 1964, 1965 e 1966.
- Foi um título muito planejado. O Corinthians não deu passos que não podia. Começamos trabalhando nas categorias de base e fomos construindo pouco a pouco. Os atletas enxergam hoje o clube como uma casa. A cada ano vamos acrescentando um elemento para tornar a equipe mais forte. A natação do Corinthians nunca acaba, pois é muito trabalho. Ainda não temos um projeto com incentivos fiscais e acho que é isso o que falta para solidificar ainda mais o que é feito. Este ano trouxemos a Katinka Hosszú (húngara campeã Mundial), mas ressalto que mesmo sem ela estávamos planejados para brigar pelo título. Ter a oportunidade de trazer uma atleta como esta, num país em que a natação feminina precisa crescer, acho que é muito positivo, pois elas conseguem enxergar mais facilmente que também podem chegar lá - explicou Carlos Matheus, que é neto do ex-presidente do Corinthians, Vicente Matheus.
Vice no geral, o Minas venceu na contagem das provas masculinas, com 1.193,50 pontos. 
No feminino, também deu Corinthians, com 1.862 pontos. 
Na contagem de medalhas, o Timão somou 34 (17 de ouro, nove de prata e oito de bronze). 
O Minas ficou com 30 pódios no total (nove de ouro, 12 de prata e nove de bronze) e o Pinheiros obteve 24 medalhas (sete de ouro, oito de prata e nove de bronze).

Resultado final

Na primeira vez que a maratona aquática entrou na programação do Maria Lenk, Okimoto foi a única atleta feminina a permanecer no pelotão de frente durante toda prova. 
Atual campeã mundial, a nadadora ganhou vantagem em relação à segunda colocada, Betina Lorscheitter, logo na largada. 
No geral, Poliana ficou com a sétima posição.
Considerada a melhor atleta olímpica de 2013, Poliana encerrou sua participação no torneio com três medalhas de ouro, sendo as duas primeiras no 1500m e 800m livre e depois na maratona de 5 quilômetros.
 “Hoje eu tive que me superar, foi bem cansativo porque eu já tinha nadado três provas de fundo durante a semana e não é fácil. O ideal seria ter um tempo maior para descansar, recuperar o condicionamento, principalmente eu que sou menor que a maioria das nadadoras, mas dei o meu máximo e estou muito feliz pelo resultado”, disse Poliana.
Poliana Okimoto encerrou a participação no Maria Lenk com três medalhas de ouro
A atleta destacou a importância de se manter no pelotão de frente mesmo com os homens. “O mais legal é que consegui acompanhar os meninos durante toda a prova e isso significa demais porque há uma grande diferença de força e potência entre homens e mulheres. Espero que no ano que vem a organização encaixe a maratona de forma oficial”.

Cielo vence os 100m livre, e Matheus volta a bater recorde mundial júnior

Depois de não nadar os 100m livre na última edição do Troféu Maria Lenk, Cesar Cielo voltou em grande estilo à prova e garantiu a medalha de ouro com o tempo de 48s13, o terceiro melhor do mundo em 2014. A medalha de prata foi conquistada por Matheus Santana, que bateu na parede com o tempo de 48s61, quebrando o recorde mundial júnior que ele mesmo havia feito na manhã deste sábado
João de Lucca completou o pódio com 48s67.
Ainda cansado após a prova, Cesar Cielo afirmou que, apesar da vitória, não pensa em nadar os 100m livre nas principais competições.
 
-  Foi empolgante. Não nadava essa prova há muito tmepo, mas não deixei barato. Foi bacana. É uma disputa saudável com o Marcelo Chierighini e o João de Lucca, campeões na NCAA (a liga universitária americana). Eu penso em nadar os 100m livre só pelo revezamento. Vejo um futuro bem legal para a gente. Estou contente em ganhar a prova, mas não vou disputar o Pan-Pacífico - disse Cesar Cielo, se referindo à competição que será realizada em agosto, na Austrália, e que contará com Marcelo Chierighini e João de Lucca na prova dos 100m livre.
Cielo e Matheus (Foto: Satiro Sodre/SSPress)Cielo e Matheus se abraçam após a prova (Foto: Satiro Sodre/SSPress)
Na noite da última sexta-feira, Matheus Santana havia aberto o revezamento 4x100m do time do Unisanta para o tempo de 49s02, apenas seis centésimos acima do recorde mundial júnior. Na manhã deste sábado, nas eliminatórias, ele bateu a marca com 48s85 e na final o atleta marcou 48s61 para fazer novamente o melhor tempo do mundo para atletas até 18 anos.
-  Eu esperava baixar o recorde, mas foi melhor do que o esperado. Passei melhor do que pela manhã e voltei forte. Vou aos Jogos Olímpicos da Juventude, não vou ao Pan-Pacífico. É importante para mim, porque nadarei contra os atletas do Mundial Júnior- disse o atleta.
Os Jogos Olímpicos da Juventude serão realizados na China no mês de agosto e contarão com a presença de mais de 4.000 atletas entre 14 e 18 anos em 28 modalidades. Com o resultado deste sábado, Matheus é o sétimo colocado no ranking mundial adulto de 2014, mesmo com apenas 17 anos. Logo atrás dele nessa lista está João de Lucca (48s67).
Dinamarquesa dourada
 Na disputa feminina dos 100m livre, a medalha de ouro ficou com Jeanette Ottesen Gray, com o tempo de 53s78. 
Foi o sétimo ouro da musa dinamarquesa em sete provas no Maria Lenk - ela ainda ajudou o Corinthians a vencer o revezamento 4x100m medley para levar seu oitavo ouro. 
A segunda posição ficou com Larissa Oliveira que foi considerada a campeã brasileira. Após a prova, ela afirmou que queria um tempo melhor que os 55s13 que fez.
- Queria nadar para 54 segundos, mas fiquei feliz com o título nacional - resumiu a atleta.
Disputa acirrada nos 50m peito
Nos 50m peito masculino, quatro atletas fizeram o índice para o Pan-Pacífico mas apenas dois deles viajarão para a Austrália devido ao limite de dois nadadores por país estipulado pela Confederação Brasileira de Desportes Aquáticos (CBDA). João Gomes Júnior venceu com o tempo de 27s43 - o sexto melhor do mundo em 2014 -, apenas quatro centésimos à frente de Felipe França. Os dois serão os representantes brasileiros no Pan-Pacífico e deixaram para trás Felipe Lima (27s65) e Raphael Rodrigues (27s76).
Índice no feminino
Ana Carla Carvalho conseguiu índice para o Pan-Pacífico nos 50m peito feminino, vencendo a prova com 31s87. Ela conseguiu encerrar o domínio da argentina Julia Sebastian, que havia vencido os 100m e 200m peito, mas ficou com a prata na prova deste sábado.
Foi o único índice para o Pan-Pacífico conquistado nas provas do nado peito feminino, já que nenhuma brasileira fez a marca mínima nos 100m e 200m peito.
Terceiro ouro de Leonardo de Deus
O atleta do Corinthians Leonardo de Deus já havia ganho os 200m borboleta e os 400m livre e fechou a competição com o título nos 200m costas, com a marca de 1m58s58, deixando para trás o seu companheiro de time Fernando Ernesto, que terminou com 2m00s29. O bronze foi conquistado por Fabio Santi com 2m01s25.
Leonardo já tinha feito o índice para o Pan-Pacífico nesta prova, em competição realizada em dezembro do ano passado.